REAGINDO À PROPOSTA DO “PRESENTE DE NATAL E FIM DE ANO” SUGERIDA PELO S-G DA FRELIMO, RENAMO diz que Paunde tenta agradar seu cunhado Guebuza
Esta avaliação é da responsabilidade de Fernando Mazanga, porta-voz da RENAMO, em reacção a um apelo de Paunde ao líder do antigo movimento rebelde e hoje maior partido da oposição em Moçambique, Afonso Dhlakama, no sentido de aproveitar esta quadra natalícia para se desembaraçar dos elementos residuais armados da sua organização espalhados por diversos cantos do país.
Efectivamente, Paunde referiu, semana passada, que seria de bom tom e oportuno se Dhlakama aproveitasse esta quadra festiva de Natal e fim do ano para mandar em paz e em liberdade todos aqueles elementos da sua antiga força de guerrilha que hoje continuam na posse de armas, alegadamente para proteger os responsáveis da RENAMO.
Foi em reacção a esta sugestão que Mazanga, em declarações ao Correio da manhã, disse que Paunde devia manter em mente que “a RENAMO é um partido formado na base de um movimento guerrilheiro e não em gabinete climatizado, com abertura de garrafas de champagne à mistura e que ela não foi vencida, mas, sim, com ela foi negociado o fim da guerra”.
“A RENAMO tem a sua génese militar, aliás o mesmo acontecendo com a FRELIMO e ninguém deve tentar apagar isso. Aqueles homens existem na base do AGP - Acordo Geral de Paz (assinado em Outubro de 1992 em Roma para acabar com a Guerra dos 16 anos)”, referiu Mazanga.
- E o acordo Geral de Paz continua vigente?
“Tudo o que acontece hoje em Moçambique é na base do AGP, incluindo a liberdade de imprensa e de informação que norteia este exercício que estamos agora a desenvolver. Ele é eterno no espírito e na letra e ninguém decidirá a sua morte”, referiu Mazanga, para quem “o actual Presidente da República é fugaz e o futuro hipotético”.
Para Mazanga, “Paunde esforça-se apenas para contentar (o Presidente da República, Armando) Guebuza, seu cunhado, porque é primo de Maria da Luz Guebuza”.
“Dhlakama não lidera a RENAMO por nepotismo, mas por mérito e confiança dos militantes da organização que dirige”, enfatizou Mazanga.
CORREIO DA MANHÃ(Maputo) – 13.12.2006