KHOMALA!
Por Vasco Fenita
Um dos factos que me colheu de agradável surpresa em Londres foi a circulação de amendoim moçambicano no comércio britânico.
Esta constatação, que sugere uma salutar dinâmica na produção agrícola moçambicana, assume ainda maior relevância em face da exportação do referido amendoim ser accionada, em moldes inéditos, por uma associação embrionária de camponeses da província de Nampula, concretamente dos distritos de Moma e Mogovolas, denominada YKURO (expressão emakua que, neste caso, significa força, vigor, pujança, dinamismo) e que, presentemente, congrega cerca de 500 membros, António Souto, Presidente do Conselho Administrativo do GAPI (Gabinete de Apoio a Pequenos Investimentos), instituição que auspicia este singular investimento, revelou ao nosso Jornal que o primeiro lote de amendoim (produzido em Nampula) totalizou seis contentores de 18 toneladas cada, e beneficiou da chamada modalidade de preço justo, que se traduz numa transacção bastante estimulante para os agricultores de pequena expressão. Souto acrescentou que dois dos contentores mencionados continham amendoim orgânico, que beneficia de preços mais aliciantes.
Agora a nossa aposta consiste em melhorar progressivamente a qualidade do amendoim das próximas remessas, em termos de tamanho e, sobretudo, coloração, a fim de adequá-lo ao padrões internacionais.
O PCA do GAPI informounos, igualmente, que os mesmos trâmites de exportação directa dos pequenos produtores para os grandes mercados europeus serão adoptados, no próximo ano, em relação à castanha de caju.
Aleluia, pois então, para esta nova dinâmica de exportação efectuada a partir do próprio produtor.
WAMPHULA FAX - 15.12.2006