Vários tiros de metralhadoras disparados pelos guardas prisionais foram ouvidos às primeiras horas da manhã de ontem nas instalações da considerada cadeia de máxima segurança da Machava, vulgo BO, em Maputo.
Porém, esforços envidados com vista a apurar as causas dos tiros junto da direcção da penitenciária, bem como da Direcção Nacional das Prisões e do próprio Ministério da Justiça, redundaram num fracasso.
Contudo, de fontes próximas da cadeia, soubemos que pelo menos um recluso conseguiu fugir e outros cinco, que se encontravam junto à vedação, foram repelidos pelos guardas que outra alternativa não tiveram se não abrir fogo para travá-los.
Testemunhas oculares ouvidas, contaram que a intensidade com que se faziam sentir os disparos criaram uma situação de pânico geral, ambiente de instabilidade que durou largos minutos. Ainda ontem soubemos que estruturas ligadas ao sector estiveram reunidas de emergência com a titular do pelouro da Justiça, Esperança Machavela, encontro que serviu para analisar o sucedido.
Pouco ou nada foi anunciado como seria de esperar. Refira-se que por estas alturas do ano, várias têm sido as acções de tentativa de fuga movidas pelos reclusos. Acredita-se que as tentativas de fuga estejam associadas ao facto de por estas alturas do ano haver muita agitação na capital do país, com cidadãos envolvidos nas diversas formas de preparação das festas.
A ideia é de os reclusos tirarem proveito deste momento em que os guardas prisionais relaxam nos níveis de vigilância, traídos pela euforia de preparar as festas e daí encontrarem a fuga em massa. Muitas vezes as fugas são perpetradas no momento em que os reclusos tomam o habitual banho solar, usando para o efeito, uma das guaritas que se encontra num dos cantos da cadeia.
Para transpó-la, os reclusos, em simultâneo, agridem os sentinelas havendo casos em que despojam-nos das respectivas armas.
NOTÍCIAS - 12.12.2006