Santa Maria da Feira - A Cacicambra abriu representações em Moçambique e Angola para agarrar as novas oportunidades criadas pelo crescimento do turismo cinegético, afirmaram sábado responsáveis pela empresa. A empresa, com sede em Santa Maria da Feira, decidiu instalar em Angola uma firma de venda de armas de caça e componentes, repetindo a experiência que lançou em Moçambique no primeiro trimestre deste ano. José Silva, administrador, considera existirem "boas possibilidades de negócios" para viabilizar os investimentos em curso. "Admitimos vir a ter um grande volume de exportação em Angola", referiu.
O empresário pretende, numa fase inicial abrir instalações em Luanda com agentes locais mas antevê, desde já, outros pontos de venda fora da capital. "Sem guerra, a actividade cinegética está-se a desenvolver muito e queremos aproveitar", afirmou, tendo presente a sua própria experiência. "Estive em Moçambique a caçar há uns anos e vi que faltavam condições para satisfazer a procura dos caçadores, em termos de material de apoio", lembrou. Os dois PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) são considerados "uma excelente alternativa à aposta feita anteriormente em Espanha", onde dificuldades burocráticas impediram a emissão de alvará para estabelecimento próprio, inviabilizando a entrada directa no mercado do país vizinho que a empresa já trabalhava há 14 anos, através de um parceiro local. Além de comercializar as principais marcas mundiais de armas de caça, a Cacicambra fabrica componentes para actualização de armamento, nomeadamente para as forças policiais em Portugal. Uma actividade que pretende também esperar alargar a África. A Cacicambra tem como principal actividade a distribuição de armas de caça e todo o tipo de acessórios para a actividade. Além do principal ponto de venda, em Santa Maria a Feira, possui ainda um estabelecimento no Porto. Com uma facturação de 4 milhões de euros emprega 11 pessoas. Desde 1991 que funciona em instalações próprias na zona industrial de Roligo, Espargo. Um investimento de 3 milhões de euros que ajudou a realizar o sonho de José Silva, antigo professor primário que tornou em negócio o gosto que tem pela caça.
LUSA - 19.12.2006