OS primeiros mineiros que marcaram o regresso colectivo dos nossos compatriotas provenientes da África do Sul deram entrada ao princípio da manhã de ontem pela fronteira de Ressano Garcia, província do Maputo.
Maputo, Quinta-Feira, 21 de Dezembro de 2006:: Notícias
Membros da Associação dos Mineiros Moçambicanos (AMIM) permaneceram no local até ao fim do dia para dar as boas-vindas àqueles trabalhadores que vêm passar as festas junto das suas famílias.
Calcula-se em mais de 55 mil mineiros que poderão ser transportados pelos 148 autocarros da "Vaal Maseru" disponibilizados para o efeito, para além de outros machimbombos que poderão chegar a 180. Este número poderá ser ultrapassado, se se tomar em consideração que outros mineiros vêm nas suas próprias viaturas, que não são poucos.
O grosso dos trabalhadores poderá cruzar a fronteira nos próximos três dias, onde poderemos assistir a uma grande avalanche de autocarros com destino para os diversos pontos da zona sul, nomeadamente para as províncias de Maputo, Gaza e Inhambane.
O mesmo movimento deverá se repetir no sentido contrário nos próximos dias 2, 3 e 4 de Janeiro, dependendo do calendário de cada companhia, para permitir que os trabalhadores regressem aos seus postos de trabalho nas datas previstas.
Moisés Uamusse, presidente da AMIM, disse que tudo está coordenado no sentido de os trabalhadores das minas regressarem para o país em melhores condições, evitando assaltos que eram característicos em tempos atrás.
"As condições de regresso têm estado a melhorar, nos últimos tempos, porque conseguimos organizar transporte e a coordenação que temos com as autoridades nacionais permite oferecer melhor tratamento ao mineiro que fica muito tempo alheio à vida dentro do país". disse Uamusse, para quem há uma necessidade de estas medidas serem melhor aproveitadas e não abusadas.
Por outro lado, Uamusse voltou a apelar à sociedade para acolher os mineiros no que diz respeito à entrada em vigor da nova família do metical, uma vez que este será confrontado com uma situação em que estará em presença de dinheiro que não poderá fazer uso. Apesar de terem sido feitas divulgações da moeda nas companhias na África do Sul, Uamusse diz ser necessário ajudar os mineiros que estarão diante de uma nova moeda.