A PRIMEIRA conferência nacional dos desmobilizados da Renamo, que havia sido agendada para Novembro último, arranca hoje na cidade de Quelimane, província da Zambézia, tendo como objectivo a formalização da respectiva agremiação. Semana passada, o porta-voz da "perdiz", Fernando Mazanga, explicou que o adiamento que se verificou em Novembro, deveu-se a questões que considerou de ordem organizacional.
Maputo, Terça-Feira, 19 de Dezembro de 2006:: Notícias
Esclareceu, a propósito, que a conferência não teve lugar "porque ainda não haviam sido concluídas as conferências distritais e provinciais, reuniões que preparam, no terreno, o evento de nível nacional".
Com uma presença estimada em 200 participantes, os conferencistas vão analisar o actual estágio da democracia no país, a situação da defesa e segurança, a problemática da desmobilização e alegada discriminação dos elementos oriundos da Renamo nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), os processos eleitorais e o papel dos desmobilizados nos próximos pleitos eleitorais.
Fernando Mazanga disse esperar que o evento seja o berço da criação de uma associação coesa e determinante na defesa da democracia no país, justificando que foram os seus membros que deram a vida para que o país seja hoje democrático.
Segundo disse, a criação desta agremiação visa a inserção dos demobilizados da "perdiz" na vida social, bem como contribuir para que estes sejam integrados em acções viradas para o desenvolvimento económico e social do país e no combate à pandemia do HIV/SIDA.
"Os delegados levam, por outro lado, instruções dos membros de base para que depositem um voto de confiança no presidente Afonso Dlhakama, de modo a continuar à frente do maior partido da oposição e seja ele o concorrente do partido nas próximas eleições", revelou.