O PRESIDENTE da República, Armando Guebuza, instou as comunidades moçambicanas na diáspora a desenvolver acções cujos resultados se vão traduzir em benefícios, não só para os países onde se encontram radicados, mas também para Moçambique. Armando Guebuza falava, quinta-feira, em Maputo, no encontro que manteve com representantes dos moçambicanos na diáspora, na habitual saudação ao chefe do Estado por ocasião do Natal (Dia da Família em Moçambique) e do fim do ano.
O encontro teve lugar na Presidência da República.
Maputo, Sábado, 23 de Dezembro de 2006:: Notícias
"Os moçambicanos têm uma dupla responsabilidade, devendo ser bem vistos como pessoas que contribuem para a solução dos problemas desse país, mas, por outro lado, garantir que o país de origem também se desenvolva", disse Armando Guebuza.
O chefe do Estado acrescentou, por outro lado, que o povo moçambicano é unido, quer dentro, quer fora do país. Esta união, segundo o presidente, permitiu acabar com as guerras que assolaram o país, e defender a paz.
Segundo o estadista moçambicano, os registos da história mostram que muitos povos ainda não acabaram com as guerras, mas "nós conseguimos porque somos um povo unido e solidário em todos os momentos".
Na ocasião, sublinhou a importância da democracia, o espírito de inclusão e a tolerância.
Referindo-se em particular à democracia, Armando Guebuza disse que apesar de permitir que as pessoas tenham maneiras diferentes de pensar, o importante é que todas elas tenham no final um ideal comum por forma a concretizar o mesmo objectivo.
No entanto, o Presidente da República enalteceu o actual estágio da democracia no país afirmando que as diferentes maneiras de pensar permitem uma reflexão mais inclusiva e a concretização de um ideal mais sólido.
Reiterou que o país já não quer mais fazer inimigos, até porque a experiência diplomática que Moçambique possui mostra o quão "é bom fazer amizades".
Sobre alguns acontecimentos que marcaram o ano prestes a findar, Armando Guebuza destacou alguns ganhos de Moçambique como é o caso da reversão da Hidroeléctrica de Cabora Bassa (HCB) ao Estado moçambicano, o crescimento da rede escolar, o aumento do numero de infraestruturas, entre outros.
Usando da palavra, os moçambicanos na diáspora, representando 32 associações em diferentes domínios, expressaram algumas inquietações cujas soluções gostariam de ver em tempo oportuno.
Apontaram questões de domínio aduaneiro que resultam em enormes constrangimentos, sempre que tiverem que passar por postos fronteiriços. A necessidade de regularizar a situação daqueles que se encontram a trabalhar no exterior para evitar as deportações que por vezes, ocorrem em condições desumanas.
Todavia, o Presidente da República, não se mostrou alheio a esta realidade, mas afirmou que as soluções dependiam do envolvimento de todos, para que as soluções apareçam dentro dos prazos desejados.
Na ocasião, Armando Guebuza recebeu algumas oferendas dos emigrantes que representam as comunidades residentes na África do Sul, Alemanha, Portugal, Suazilândia, Tanzania e Zimbabwe.