Na Cidade da Ilha de Moçambique
.Técnicos da empresa fornecedora envolvidos em actos de corrupção
.Movimento Unidos Pela Ilha sugere a demissão da directora
A Comunidade Muçulmana da Ilha de Moçambique vai, na próxima sexta-feira, à rua, para manifestar-se em repúdio ao agravamento da tarifa de água e contra atitude antisocial da respectiva directora, Arina Molumo, em relação aos clientes.
A comunidade muçulmana, que alberga sete mesquitas, nomeadamente, Chadulia, Central, Mussanga, Bagdade, Maometana, Conselho e Santo António, está revoltada com o facto da empresa Agua Ilha de Moçambique insistir em fazer cobranças, apesar das constantes restrições, havendo até, mesquitas que não beneficiam daquele produto vital há mais de um ano.
Momade Háchimo, presidente daquela comunidade, citou o exemplo da mesquita Chadulia, que, apesar de não consumir água, recebeu uma factura de 409 mil meticais, valor que também, foi adicionado ao aluguer dos contadores avariados.
De acordo com aquele responsável, outra inquietação tem a ver com o facto da empresa preocupar-se apenas em aplicar multas na ordem dos 20 por cento, sobre a tarifa normal( 199 Mtn) em caso de qualquer demora no seu pagamento.
Eles cobram até pelo aluguer dos contadores avariados, e quando alguém se atrasa a pagar é obrigado a pagar uma multa. Disse Háchimo.
A empresa Água da Ilha de Moçambique é apontada, ainda, como estando a fomentar actos de corrupção, supostamente opor estar a privilegiar indivíduos com um certo poderio económico, em detrimento dos restantes clientes.
Como prova disso, técnicos daquela empresa firmaram, de forma individual, contratos com alguns consumidores, com avenças mensais que variam de 1000 a 1500 Mtn. O contrato de assistência constante àquele determinado grupo de clientes, permite que água não falte nas suas residências ou restaurantes. Outros funcionários assumiram a gestão de algumas fontanárias onde cobram 500Mtn o tambor de 20 litros, mas as taxas mensais variam de 35 a 70 Mtn.
Porém, os métodos de trabalho adoptados por aquela empresa, obrigou a Agy Ibraímo, Presidente da Unidos pela Ilha (UPI) organismo da Sociedade Civil, com representação na Assembleia Municipal local, a fazer uma contestação por escrito.
Em carta datada de 11 de Novembro passado, cuja cópia está em nossa posse, Agy não apenas denuncia as irregularidades verificadas no sistema de distribuição daquele precioso liquido, como também, exige à directora Arina Molumo a demitir-se antes que o Ministro das Obras Públicas e Habilitação visite a Ilha de Moçambique.
O Presidente da UPI acha que os “dois salários” , um dos quais pago pelos “clientes ricos”, associado à falta de capacidade na distribuição de água naquela região insular, deve-se á má liderança da própria directora.
Entretanto, a directora de Água da Ilha de Moçambique, contactada telefonicamente, referiu não estar em condições de falar à imprensa, por se encontrar a tratar de questões sociais na cidade de Nacala Porto.
Em relação a esse assunto não posso dizer nada, porque estou aqui em Nacala, e, neste momento, encontro-me a caminho da esquadra, a fim de ir tratar do roubo que sofri na minha casa. Disse-nos Arina Molumo.
Alfredo Matata, administrador daquele distrito, considerou legítima a preocupação levantada pelos consumidores de água, argumentando não haver condições que justifiquem o agravamento “precipitado” de tarifas de água.
Segundo Matata, o governo do distrito endereçou já uma carta à direcção provincial das Obras e Públicas Habitação, reportando a situação em que se encontra a empresa que nem sequer possui contadores, que, na sua opinião, facilitariam a leitura das quantidades de água consumida.
WANPHULA FAX - 19.12.2006