Na Comercialização de Castanha
- Queimadas descontroladas e baixos preços na origem do problema
A província de Nampula está longe de atingir as metas estabelecidas na campanha de comercialização da castanha de cajú iniciada em Outubro último e que termina em Março do próximo ano, como consequência do baixo preço praticado pelos agentes comerciais, que desincentiva os produtores.
Segundo soube o nosso jornal junto do Instituto de Fomento do Caju (INCAJU) em Nampula, das 45 mil toneladas fixadas para o efeito, apenas foram comercializadas até à data 16 mil toneladas.
Soubemos, ainda, que os preços praticados, na presente campanha, oscilam entre 4,00MTn e 5,00MTn o quilograma, contra 8,00MTn exigidos pelos produtores.
A situação em causa está a inquietar os camponeses que dizem estar longe de compensar o investimento efectuado ao longo do processo de produção, relacionado com tratamentos fitosanitários, aquisição de combustível, limpeza dos campos, etc.
Por outro lado, as queimadas descontroladas registadas ao longo do ano, que se registaram com grande incidência nos distritos de Moma, Mossuril e Mogincual, são apontadas, também, como factores que concorreram, de certo modo, para que as metas não fossem alcançadas.
Aliás, o posto administrativo de Namigi distrito de Mogincual, foi afectado por um vendaval que destruiu nada menos de 140 cajueiros.
Fernado Marime, da INCAJU em Nampula, disse ao Wamphula Fax que, ao longo do ano ainda em curso, as queimadas descontroladas afectaram 96 mil cajueiros, 16.900 beneficiavam já do devido tratamento, de que resultou a perda de 500 toneladas de castanha de caju.
Por outro lado, o nosso interlocutor afirmou que, porque o INCAJU não pode intervir na fixação de preços, em face da processo de liberalização, foram formadas algumas associações sobre as boas práticas de comercialização.
Abordado sobre a exportação daquele produto, o nosso entrevistado revelou que o processo encontra-se, ainda, em fase de acertos técnicos.
Portanto, só em Janeiro do próximo ano se comece com a exportação, cujo volume deverá atingir cerca de 12 mil toneladas, sendo a Índia o mercado preferencial
Teríamos capacidade de exportar mais de 20 mil toneladas de amêndoa se todas as fábricas estivessem a funcionar plenamente. Sublinhou Marime.
Saliente-se que, na província de Nampula, encontram-se presentemente instaladas 12 fábricas de processamento de castanha de caju, muitas delas com a capacidade de laboração anual de quatro mil toneladas.
WAMPHULA FAX - 22.12.2006