“Sócrates rendeu-se a Guebuza”, lia-se na manchete do semanário Zambeze, depois da assinatura dos documentos que transferiram para Moçambique a administração de Cahora Bassa. O que me atraiu no título foi o verbo escolhido, que evoca uma semântica de guerra.
Resolvo consultar os meus recortes e, passados quinze minutos, estou elucidado: persiste na comunicação social moçambicana uma retórica de guerra, herdada da Guerra Civil e que ainda não desarmou. O problema é que os jornalistas parecem não se dar conta de que a linguagem não é inocente ou neutra e indicia sintomas e que o modo como certos vocábulos se infiltram nos textos, em lugar de sinónimos mais anódinos, é motivado por indubitáveis condicionalismos sociais.
Vejamos como a porca torce o rabo.
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