* Do pastor Israel reproduzimos um excerto da sua prosa, dada à luz no matutino do Chiveve(ou de Pyongyang?) sobre a dama primeira: ela, de capulana de um pano envolto do seu tronco calçando as gloriosas glândulas mamárias, lenço na cabeça, xidumbissa na cintura dos seus lombos, levanta a cabeça, o peito dilatando leite precioso e lança-se impetuosamente como um cavalo de batalha, percorre as províncias, distritos e localidades, pondo imparcialmente as suas preciosas glândulas mamárias à disposição de todas as crianças que no país vivem na eventualidade de carência de recursos.
* Há um orgão da comunicação social que não tem energia eléctrica há três meses, mas continua silencioso a aguardar melhores dias. Os seus trabalhadores estão à espera que o cheque “Moçambique dá sorte” e dois antigos ministeriáveis, vulgo impressão do livro escolar, venha finalmente dar luz à redacção.
* Onde há uma nova escola de jornalismo é no Chimoio. Na ofensiva em curso contra os farmeiros zimbabweanos, é o adido de imprensa do chefe que entrevista o próprio chefe. Se a escola triunfa, vem aí mais desemprego na comunicação social.
* Farmeiros por farmeiros, no ano do porco, anuncia-se visita ao mais alto nível a partir da república dos homens de olhos em bico. O benefício não se prevê para o Chimoio mas para o vale banhado pelo grande rio.
* Parece ter sido desencadeiada uma vigorosa campanha para denegrir a imagem dos agricultores estrangeiros que há alguns anos se instalaram no planalto central. É difícil descortinar as motivações, mas não deixam de ser notórias as crónicas grosseiramente parciais de um assessor de governador que se faz passar de jornalista.
* E numa das províncias banhadas pelo grande rio, apesar de estarem arrefecidas as propostas de mudanças, os quadros da maçaroca estão à espera de resposta às suas iniciativas e até já têm um nome de substituto … inspirado no “pantera negra”da Mafalala.
* O parlamento está de férias, mas há muita formiguinha já a trabalhar, até porque no cronograma do FMI ficou de fora a aprovação da Lei do Trabalho em 2006. As razões não são públicas, mas nos corredores dizem que os funcionários de Bretton Woods não estão satisfeitos com a versão que era suposta ser depositada na última sessão da casa do povo.
* No mesmo dia em que no Café da Manhã da Rádio Moçambique o porta-voz do Banco de Moçambique para a operação de introdução da nova moeda, Bento Balói, dizia que os estabelecimentos comerciais têm a obrigação de aceitar transacções em moedas da antiga família do metical, a portagem de Maputo continuava a insistir que não aceitava essas moedas. Quando instituições do Estado dão certas directrizes, e empresas privadas decidem simplesmente ignorá-las, qualquer coisa não está bem.
Em voz baixa
* A dança dos terrenos anda tão quente pelas bandas de Inhambane que atrai as atenções das mais altas individualidades da nação, a começar pela badalada ponta de S. Sebastião. Mesmo em férias dos tribunais da mais alta instância, essas abnegadas figuras da “nomemkaltura” não param de dar instruções a seus súbditos hierárquicos. Para o bem da nação, claro.
SAVANA - 12.01.2007