O Presidente chinês, Hu Jintao, que visita Moçambique a 08 e 09 de Fevereiro, vai anunciar o perdão da dívida do Estado moçambicano avaliada em 12 milhões de euros, disse fonte governamental.
O director do Tesouro de Moçambique, António Laíce, disse que o Governo de Pequim enviou uma proposta do acordo de cancelamento da dívida externa, que deverá ser paga no quadro da minuta do Clube de Paris, estabelecendo o perdão de 95 por cento do valor e o reescalonamento do remanescente.
Na segunda-feira, as autoridades chinesas anunciaram o perdão da dívida bilateral de 33 países africanos - sem referir quais os Estados beneficiários.
No entanto, António Laíce assegurou à Lusa que, recentemente, "a China enviou uma proposta do acordo do perdão da dívida externa (estimada em 12 milhões de euros), que deverá ser paga na base da minuta do Clube de Paris".
Durante a visita a Moçambique, Hu Jintao poderá anunciar ainda novos planos de ajuda ao país e assinar diversos acordos de cooperação económica e comercial, além da inaugurar um Centro Especial de Demonstração de Tecnologia Agrícola, parte dos dez que o Governo de Pequim irá construir em África.
Desde que assumiu o poder, em 2003, Hu Jintao já se deslocou três vezes a África, sendo este o segundo périplo que realiza em menos de um ano.
A deslocação actual, que teve início terça-feira e termina a 10 de Fevereiro, inclui ainda os Camarões, Libéria, Sudão, Zâmbia, Namíbia, África do Sul e Seychelles.
O objectivo da aproximação de Pequim aos países africanos, segundo diversos analistas, é assegurar o acesso seguro e preferencial da China aos recursos naturais do continente, ao petróleo em particular.
Em 2005, a China importou 38 milhões de toneladas de petróleo de África (30 por cento do total do petróleo importado pelo país), quantidade que, com o crescimento da economia, deverá aumentar anualmente mais de 10 por cento.
Até 2010, a China pretende duplicar as trocas comerciais com os países de África e, nos próximos três anos, conceder empréstimos e abrir linhas de crédito à exportação avaliadas em cinco mil milhões de dólares.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 31.01.2007