O LÍDER da Renamo, Afonso Dhlakama, apelou aos militantes da “perdiz”, para que mantenham coesão e vigilância permanentes, contra quaisquer actos que concorram para a prática de fraude eleitoral nos próximos pleitos. Falando na cidade da Beira, no decurso do seminário dos quadros do partido na província de Sofala, Afonso Dhlakama voltou a acusar a formação política no poder de ser o mentor de fraudes em todos os processos eleitorais que já tiveram lugar no país, desde o Acordo Geral de Paz.
Maputo, Sábado, 27 de Janeiro de 2007:: Notícias
O presidente da Renamo descreveu o encontro como tendo sido destinado essencialmente para a formação dos seus correligionários para assumirem democraticamente o poder, nas eleições que se avizinham. Afonso Dhlakama disse que jamais iria tolerar “as brincadeiras da Frelimo”, porque “estamos cansados de sermos roubados”.
Afirmou que a Renamo está, neste momento, a traçar uma estratégia política que conduzirá o partido ao poder. O líder da “perdiz” disse que todo o mundo sabe que o partido Frelimo “anda a nos roubar votos e que Dhlakama nunca perdeu nem com Chissano, muito menos com Guebuza”.
“A própria AWEPA já declarou que houve fraude em Moçambique. Os americanos, a União Africana e outras entidades já disseram isso. O problema não é de Dhlakama nem da Renamo. O problema é a fraude que a Frelimo anda a fazer”, disse.
Afonso Dhlakama, que quinta-feira encerrou o curso de capacitação dos seus membros, tendo rumado
para a cidade de Quelimane para realizar um curso semelhante, disse que a receita para a Renamo vencer as eleições para as assembleias provinciais, autárquicas e gerais é ter quadros devidamente capacitados e capazes de detectar as tentativas de fraude protagonizadas pelo partido no poder.
O líder da “perdiz” pediu aos membros para não se desmoralizarem porque, segundo afirmou, a Renamo nunca perdeu as eleições. “Desta vez vamos estudar como contornar essa fraude”, assegurou.
Nos seminários que decorrem desde a província de Manica, Afonso Dhlakama disse que os membros têm toda a liberdade de propor meios para combater a fraude. “É que a Frelimo nos submete a testes. Há pessoas que nos perguntam se voltamos à guerra ou não. Eu diria que não, porque já derrotamos os comunistas. O facto de estarmos aqui hoje é uma grande vitória e isso é fruto de grande sacrifício”, indicou.
O discurso de Dhlakama que antecedeu o debate ocorrido à porta fechada, foi dominado, do princípio ao fim, por acusações à Frelimo, a quem atribuiu, igualmente, a responsabilidade pela insegurança que se vive nas cidades, devido ao recrudescimento do crime.