O governador de Nampula, Felismino Tocoli, advertiu a RENAMO, na Ilha de Moçambique, sobre os riscos que correm os membros e simpatizantes daquele partido envolvidos em acções que se caracterizam por ameaças de morte aos líderes tradicionais legitimados pelas populações e reconhecidos pelo governo, alegadamente por estarem a favorecer o partido no poder.
O governo não vai assistir passivamente as ameaças de morte direccionadas aos líderes tradicionais desta Ilha ou de outro ponto da província, por parte de pessoas ligadas a qualquer partido político, pois, iremos accionar os mecanismos legais para que os implicados sejam levados à barra da justiça advertiu Felismino Tocoli.
O governador de Nampula recebeu denúncias por parte de populações em geral e dos dois régulos considerados influentes da cidade da Ilha de Moçambique, sobre ameaças de morte, facto relacionado com a suposta ligação daquelas personalidades ao partido no poder, o que tem ofuscado as actividades levadas a cabo pela RENAMO, sobretudo na região continental do Lumbo.
As denúncias foram feitas por elementos da população durante um encontro popular orientado pelo governador Felismino Tocoli na sua recente visita ao município da cidade que foi a primeira capital do nosso país. Na ocasião, apontaram Amade Momade Valgy, ligado à Renamo como sendo o promotor dessas ameaças de morte aos régulos Raul Mussa e Abacassamo Ussene.
Só o simples facto de lhes acontecer alguma coisa de estranho que possa perigar as suas vidas
nas próximas horas, dá direito a apresentação de uma queixa junto dos órgãos da justiça, contra os implicados na prática de ameaças aos régulos- enfatizou o governante.
O edil local, Gulamo Mamudo, refutou qualquer ligação na prática de tais ameaças por parte de alguns titulares do Conselho Municipal, sublinhando que se trata de uma manobra para denegrir a imagem da Renamo.
O processo de legitimação pelo governo de lideres tradicionais na Ilha de Moçambique, foi marcado de muita controvérsia, pois, algum sector da comunidade não reconhecia tais figuras sem, contudo, apresentar motivos convincentes, e tal situação foi objecto de intervenção do Ministério da Administração Estatal que mandatou para Nampula três comissões para ajudar as entidades governamentais locais a dirimir o conflito.
WAMPHULA FAX – 23.01.2007