A mais cara longa-metragem de produção moçambic ana, "O Jardim do Outro Homem", com um orçamento de 850 mil euros, estreia sexta-feira nas salas de cinema de Maputo.
Realizada pelo moçambicano Sol de Carvalho e co-produzida pela empresa portuguesa Fado Filmes, a película (a primeira longa metragem moçambicana dos úl timos 20 anos) foca o problema da corrupção sexual nas escolas moçambicanas, paí s com 1,4 milhão de infectados pelo vírus da SIDA.
O filme conta a história de Sofia, uma jovem estudante de 19 anos chant ageada por um professor que lhe exige favores sexuais em troca de uma nota numa disciplina fundamental para ingressar no curso de medicina.
Ao longo da película, a principal protagonista terá de lidar com o dram a da SIDA (doença que atinge 16,2 por cento da população moçambicana) e com o di lema sucumbir a uma prática normal entre as restantes colegas, incluindo a sua m elhor amiga.
Em declarações hoje à Lusa, o realizador Sol de Carvalho referiu que a escolha do tema sobre a "corrupção sexual" visa "despertar a consciência da soci edade, sobretudo num país onde o problema de uso de pequeno poder para benefício pessoal tem vindo a ser quase que uma cultura nacional".
"Isto vai ser muito bom para a história do país. Se estamos num país po bre, penso que o grande investimento deve ser a educação", defendeu.
O cineasta moçambicano assinalou que a história do filme "partiu de rel atos reais feitos pelas alunas (de várias escolas moçambicanas) que foram vítima s de chantagens sexuais" pelos professores.
A película, que custou 850 mil euros, é a primeira longa-metragem de fi cção das últimas duas décadas, contando com o orçamento mais elevado da história do cinema de Moçambique.
Recentemente, "O Jardim do Outro Homem" foi apresentado no mercado de C annes, tendo sido exibido também no Festival de Cinema Africano Kanema, onde gan hou o prémio Paulyn Vieyra.
Na semana passada, estreou no Museu Nacional de Nova Iorque, nos Estado s Unidos, e, proximamente, irá ser apresentado nos festivais de Gotenburg, na Su écia, e Banquecoque, na Tailândia.
Além da PROMARTE, uma empresa privada moçambicana dedicada à promoção d e arte, o filme é uma co-produção internacional da Fado Filmes, uma instituição portuguesa vocacionada na produção de filmes, e a Les Films de Mai, sociedade fr ancesa de produção cinematográfica.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 24.01.2007