Macedo Pinto*
Contra factos e números também não há argumentos, meus senhores. O Turismo em Moçambique cresce a passos galopantes! Claro que a começar pelas características de simpatia e hospitalidade do seu povo de norte a sul do País, das suas potencialidades naturais, praias maravilhosas já premiadas e com reconhecimento a nível mundial, a flora e a fauna bem diferente em cada uma das suas Províncias, tudo contribui naturalmente para esse crescimento. Mas não chega.
A paz alcançada em 4 de Outubro de 1992, foi a etapa marcante. Tudo veio a seguir. As vias rodoviárias foram substancialmente melhoradas, começou-se a circular por todo o País, nas cidades capitais de
Província melhoraram-se e construíram-se de raiz novos hotéis, abriram-se restaurantes, embelezaram-se localidades e cidades: o turismo estava em marcha. Do litoral ao interior, de norte a sul do País, tem sido uma azáfama constante.
Os serviços públicos de entrada e saída de turistas vão-se apetrechando e organizando, seja nos aeroportos ou nas fronteiras terrestres. Os números de entrada de turistas já amplamente divulgados, tiveram um crescimento avassalador de 2005 para 2006, isto para ficarmos só por estes anos. Criam-se novas estruturas hoteleiras e melhoraram-se outras ao longo de todo o litoral, boa nova para os apaixonados pela praia, mas no interior também. Desde o Lago Niassa, na província do mesmo nome, passando por Tete no Songo em Cahora Bassa. O Parque Nacional da Gorongoza em Sofala, em termos
da sua biodiversidade é única no Mundo. São as Quirimbas em Cabo Delgado, Guludo, a famosa praia mundialmente reconhecida, lá está como que a esperar por si! A Ilha de Moçambique em Nampula tem pelo menos uma boa infra - estrutura hoteleira, digna para alojar quais cientistas e homens da cultura, para em congressos, conferências e debates, na calma e beleza paisagística que lhe oferece a Ilha,
dissertarem como Camões que na sua estátua os aguarda. Não esqueçamos as praias da Zambézia, nem o chá, nem os seus palmares. E as pinturas rupestres de Manica? Tranquilamente chegamos ao Bazaruto, passando por Vilankulos. E a Reserva de Maputo e a Ilha da Inhaca?
As ligações aéreas no país cresceram a olhos vistos nestes últimos anos, com a salutar concorrência a si associada. Queremos, acho que posso falar no plural, mais frequências com a Europa, mais alternativas de transportadoras, e o último desejo mas., preços muito mais baixos àqueles que vêm sendo praticados.
Meritório foi constatar num dos hóteis ter à sua frente, na direcção uma jovem gestora moçambicana, parabéns também a este empresário luso.
Todos queremos ter o nosso quinhão neste crescimento galopante do Turismo em Moçambique. Como bem nos compreende e sempre compreendeu o Ministro do Turismo e as pessoas e os serviços de si dependentes. São os seminários a nível nacional que regularmente se realizam para debater as questões pertinentes, as bolsas de turismo, os congressos internacionais. Nesta década houve o Seminário no Porto como Investir no Turismo em Moçambique, o Congresso da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo em Maputo.
Está a decorrer esta semana de 24 a 28 de Janeiro em Lisboa a BTL, a Bolsa de Turismo de Lisboa, onde Moçambique se encontra dignamente representado, quer a nível institucional, quer a nível empresarial.
*Advogado, Antigo Cônsul de Moçambique em Portugal,
[email protected], em www.oprimeirodejaneiro.pt, edição de 26 de Janeiro de 2006