O GOVERNO Central vai disponibilizar um milhão de dólares norte-americanos para financiar os trabalhos de melhoramento do sistema de saneamento e drenagem na cidade de Quelimane. O ministro da Administração Estatal, Lucas Chomera, que trabalhou nos últimos dois dias na Zambézia para avaliar o impacto das inundações que desalojaram 600 famílias, afirmou que para além deste pacote financeiro, a União Europeia vai financiar o mesmo sistema que funciona com sérios problemas e responsável pelas inundações sempre que chove neste ponto do país.
Maputo, Quarta-Feira, 24 de Janeiro de 2007:: Notícias
Entretanto, a situação das inundações na cidade de Quelimane é caracterizada por dois cenários diferentes, havendo bairros com as águas a baixar e outros o problema a tornar-se mais complicado.
Nos bairros, como 1 de Maio caniço, 25 de Setembro, Manhaua, Acordos de Lusaka, Kansa e Coalane, são necessários mais dois ou três dias para as inundações baixarem.
Entretanto, o Conselho Municipal da Cidade de Quelimane, já fez um estudo à respectivo projecto para a reabilitação completa da tubagem. O projecto avaliado em mais de 40 milhões de meticais ainda não tem financiamento, estando as autoridades municipais a mobilizar os recursos junto dos seus parceiros.
A cidade de Quelimane foi construída numa zona considerada abaixo do nível médio do mar e sempre que chove o trânsito de pessoas e viaturas fica condicionado por dois ou três dias.
Concebida inicialmente para 100 mil habitantes, Quelimane triplicou a sua capacidade decorrente de factores conjunturais e falta de controlo para as novas construções, o que originou a obstrução pelos próprios residentes, das valas de drenagem e esgotos.
Desde que a cidade foi construída o sistema de esgotos nunca sofreu qualquer obra de reabilitação. Os munícipes foram deitando latas, pedras e outro material residual que acabou fechando todos os canais de escoamento das águas residuais e das chuvas, facto que faz com que todos os anos a cidade sofra os mesmos problemas.
Desta vez as chuvas vieram com forte intensidade, surpreendendo a todos os munícipes que se viram obrigados a acomodarem-se nas escolas da cidade de Quelimane.
O Ministro da Administração Estatal que trabalhou na Zambézia para se inteirar da situação das inundações reuniu-se com a Comissão Técnica de Emergência e deslocou-se ontem ao distrito de Namacurra e à localidade da Madal, em Nicoadala onde as chuvas causaram estragos.
O problema das inundações provocadas pelas intensas chuvas que desalojaram 3500 pessoas nos bairros da cidade de Quelimane está a ser caracterizado por dois cenários distintos. Enquanto uns registavam ontem uma normalização da situação, os outros bairros apresentavam problemas preocupantes.
A situação era preocupante, apesar de alguns moradores ainda insistirem em continuar nas suas residências depois de vários apelos das autoridades governamentais para se retirarem para locais seguros.
Os desalojados que estão acomodados na Escola Primária de Samugué aguardavam perto das 12 horas pela assistência alimentar depois de terem estado no local desde domingo passado.
Na Escola Primária 17 de Setembro, 150 famílias receberam redes mosquiteiras e esperavam na longa fila para receberem os bens alimentares como farinha de milho e conservas. As equipas da Cruz Vermelha disseram à nossa Reportagem que nas últimas 24 horas foram registados 58 casos de dores de cabeças e 22 de diarreias.
Nos outros centros de acomodação, o trabalho de distribuição de bens de socorro como comida, água, redes mosquiteiras muitas pessoas só se fazem aos centros de acomodação nas manhãs para serem assistidas mas a noite regressam às suas casas.
REGRESSO À NORMALIDADE
Maputo, Quarta-Feira, 24 de Janeiro de 2007:: Notícias
O Centro de Acomodação de Samugué e 17 de Setembro são exemplo disso, uma vez que a nossa Reportagem confirmou quando abordou a cidadã Anita João para se pronunciar sobre o que estava a fazer.
“Estou ainda à espera de ajuda disse a fonte. Na Escola 17 de Setembro, por exemplo, a Saúde conseguiu distribuir 150 redes mosquiteiras às vinte e uma horas de segunda-feira, mas na manhã seguinte o centro encontrava-se repleto de gente.
De uma maneira geral, a situação já estava a voltar à normalidade. Desde as 12 de segunda-feira até as 14 horas ( altura do envio deste trabalho) não estava a chover. Se a situação atmosférica se mantiver nos próximos dois dias a vida poderá voltar à normalidade.
Ao nível da cidade de Quelimane, há troços cortados onde o trânsito de viaturas não é possível, nomeadamente Brandão/Contamina, Sagrada/Aquima, Lixeira/Colane, Sôcoco/Sampene, Brandão/Manhaua/Aeroporto.
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