É a única alternativa que tem restado ao País: vender o corpo.
Ou pondo doutra maneira: é o que o Presidente Armando Guebuza tem estado a fazer no seu périplo pelo mundo afora. Assim o foi na Inglaterra, China, Romenia, Vietiname, Japão, Noruega, entre outros. Aliás, depois que em 1996 sucedeu a falência nacional, o tal do peso da dívida externa (6.3 mil milhões de dólares ora reduzidos à metade), a razão da guerra e políticas macroeconómicas desastrosas, ademais o que o Governo de Guebuza tem a fazer é seguir o repto do Joaquim Chissano, atraindo capitais externos através de investidores dos países por onde passa.
Porquê Moçambique seria diferente dos outros países, se é que o mesmo está a bater o fundo do poço: calamidades naturais (referimo-nos às cheias do Zambeze, desemprego, HIV/SIDA e pobreza absoluta que ronda nos 54 por cento). Isto apenas para não irmos pela sopa arrazoada segundo a qual o Estado da Nação é bom.
O Estado da nação moçambicana não é bom, pois a economia é mais um simulacro que o governo e o Banco Mundial se nos pintam.
Resultado, ninguém até hoje se pronuncia sobre a razão porque o investimento internacional continua a cair, pese embora estarmos a vender o corpo.
Ninguém fala da realidade subjacente: os empresários nacionais, cada vez mais deprimidos, se apresentam sufocados com as imposições fiscais, buscando, sem como alternativa a saída, mandando os trabalhadores para a casa. Ninguém fala do número de empresas que anualmente falem no País e mesmo assim se afirma que o desempenho económico é óptimo, só porque um punhado de chineses cá vieram e abriram seus negócios, que bem vistas as coisas, têm a mão de elementos da oligarquia que governa o país, traduzindo-se nas isenções fiscais (aduaneiras incluso) de que os ditos cujos gozam, e não só, a vista grossa que se lhes faz quando estes delapidam madeiras.
E com esse espelhar de coisas quem duvida que o país está a ser comprado pelos chineses que nos pagam uma ninharia, aproveitando-se da tal oligarquia protectora cada vez mais engajada no “combate à corrupção”, pobreza absoluta e HIV/ SIDA, o que se apresenta como uma acirrada luta para se alcançar o Objectivo Global do Milénio (OGM).
Há que acreditarmos que Moçambique nunca foi umbigo de África. Nem sequer do mundo, se é com esta imagem que os nossos governantes procurar convencer o incauto cidadão comum. Ademais, com uma mão-de-obra preguiçosa por que palha vendermos o corpo, se é que de antemão há países que dispõem de recursos humanos com capacidade extraordinárias.
Estamos a falar de países na Ásia e no antigo bloco do leste com recursos humanos mais habilitados e baratos. Está claro que, longe dos resultados sonhados, insistimos na venda do corpo por a certificação dos nossos quadros demonstra, por si, ser um fiasco, atendo pelas deficiências que adquirem nas escolas secundárias e universitárias?
PÚNGUÈ – 22.02.2007
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