O dinheiro para a compra de um imobiliário continua demasiado caro para o cidadão. Quase todos os bancos concedem crédito de habitação mas os juros chegam a 26 porcento.
Ter uma casa decente continua uma miragem para a maioria dos cidadãos nacionais dado o custo de construção bem como as altas taxas de juro cobradas pelas instituições bancárias e a alternativa tem sido a auto-construcao, muitas vezes sem o devido respeito das regras urbanísticas mais elementares bem como de engenharia.
Por via de crédito bancário o privilegia é para uma pequena minoria. O BCI por exemplo tem uma linha de crédito à habitação que para além das habitais garantias e documentos de prova, idade aceitável, cobra uma taxa que varia entre 23 e 25.5 porcento para um período máximo de 25 anos. De notar que a taxa média de juro no credito a habitação em Portugal não chega aos cinco porcento.
O BIM cobra cerca de 22 porcento, concede um mínimo de trezentos mil meticais para os quais um licenciado moçambicano a trabalhar no aparelho de estado com um rendimento médio mensal de cerca de 12 mil meticais não é elegível. Para este banco este não tem capacidade para pagar este valor nem em 25 anos.
No banco Austral quem recebe 18 mil meticais pode ter um empréstimo máximo de 409 mil meticais ( quase 40 porcento do valor de uma flat ou casa condigna na cidade de Maputo) e o período de pagamento é mais reduzindo: 15 anos com uma taxa de juro anual de 16 porcento e 1.3 mensal o que equivale a pagar mensalmente pouco mais de seis mil meticais ou seja 4 salários mínimos.
Luís Mazoio - O PAÍS - 23.02.2007