Cinco museus nacionais em avançado estado de degradação prejudicados
Cinco museus nacionais tutelados pelo Ministério da Educação e Cultura estão em vias de ruir na Ilha de
Moçambique, em Nampula, e na cidade capital moçambicana, por não estarem a beneficiar de obras de reabilitação há já vários anos.
Com vista a se evitar aquele triste cenário, Boaventura Massaiete, chefe do Departamento dos Museus na Direcção Nacional de Cultura, lançou um apelo ao Governo, sociedade civil e à comunidade internacional para, “de imediato, injectarem dinheiro para as obras de restauro daquele património histórico”.
Falando esta quarta-feira em entrevista ao Correio da manhã, Massaiete indicou que os museus em vias de ruir são, designadamente, o Museu Palácio de São Paulo, o de Arte Sacra, bem como os museus da Marinha e da Etnologia, todos localizados na Ilha de Moçambique, província de Nampula, e ainda o Museu Nacional de Arte, na cidade de Maputo.
Massaiete não revelou o valor global necessário para aquele trabalho, sublinhando apenas que é um valor muito elevado, “porque o estado de degradação já atingiu níveis preocupantes, necessitando, na maioria das instituições, de obras de construção de raiz”.
Excesso de burocracia
Mas não fosse o excesso de burocracia que ainda caracteriza o funcionamento da maioria das instituições do sector público, o Museu de Etnologia, em Nampula, deveria ter beneficiado já de obras de reabilitação, graças a um financiamento de cerca de um milhão de meticais, cujo desembolso tinha sido
assegurado pela Agência Sueca para o Desenvolvimento Internacional (ASDI).
Aquela ONG teve que voltar com o dinheiro porque o prazo dado de validade do desembolso terminou sem que o Governo moçambicano tenha dado aval para o arranque das obras, “o que entristeceu a ASDI a ponto de se ir embora com o financiamento”, lamentou Massaiete, falando ainda a este jornal.
Segundo ele, não há sinal nenhum neste preciso momento de disponibilização dos fundos para as obras de reabilitação daquele património, quer da parte do Governo, quer dos doadores.
(F. Sidumo) - CORREIO DA MANHÃ(Maputo) - 16.02.2007