A vila turística de Vilankulo, na província de Inhambane, está totalmente irreconhecível. O ciclone, Fávio, que sacudiu aquele distrito há dias deixou cerca de 83 mil pessoas ao relento, matou outras três e causou ferimentos em 86. Igualmente destruiu escolas, hospitais, entre outras instituições públicas que estão praticamente paralisadas.
Em outras zonas do país por onde o ciclone passou há registos de sete mortos, dos quais quatro em Sofala, duas em Inhassoro e outra em Govuro.
O temor e a insegurança residem no coração das populações daquele ponto do país que abandonam às suas zonas de origem à procura de locais seguros.
Em conversa com a nossa equipe de Reportagem alguns habitantes mostraram-se preocupados pelo facto de desconhecerem o local e as condições em que poderão passar as noites. Alguns avançaram que o distrito debate-se com a falta de bens alimentícios, o que significa que certas pessoas poderão passar fome.
Estado “liberta” dois milhões de Mt
Para fazer face à calamidade o Governo moçambicano disponibilizou cerca de dois milhões de Mt. Embora considerado um valor insuficiente para o nível das necessidades das mais de 40 mil pessoas afectadas pelo ciclone o montante poderá atenuar o sofrimento das populações.
Por outro lado, a construção dos três centros de acomodação para albergar os desalojados terminou este domingo e vai permitir que maior parte das pessoas assolados pelo fenómeno possam passar as noites em condições minimamente aceitáveis, enquanto aguardam pela reconstrução das suas respectivas residências.
Neste momento estão a ser envidados esforços para o restabelecimento no abastecimento de água e de energia eléctrica.
O ciclone Favio também afectou os distritos de Inhassoro e Govurro, onde registaram-se desabamentos de tectos em vários edifícios públicos.
O PAÍS - 26.02.2007