O ministro moçambicano da Saúde, Ivo Garrido, admitiu hoje em Maputo que as autoridades sanitárias do país perderam o controlo no combate à tuberculose, que só em 2006 conheceu 35 mil novos casos.
Falando hoje em Maputo no arranque da Reunião Nacional Sobre a Tuberculose, Garrido reconheceu que os 35 mil novos casos da doença diagnosticados em 2006 no país podem ser apenas a metade das novas infecções que ocorreram de facto no ano passado.
"É possível que o número de novas infecções seja de facto o dobro dos 35 mil novos casos diagnosticados em 2006", sublinhou o ministro moçambicano da Saúde.
O titular da pasta da Saúde de Moçambique sustentou o seu pessimismo em relação ao quadro real da tuberculose no país, por haver ainda "muitas unidades sanitárias sem capacidade para detectar a doença".
Ivo Garrido lamentou ainda a incapacidade de as unidades sanitárias moçambicanas seguirem os doentes de tuberculose que abandonam o tratamento.
Além do fardo que a doença representa para a saúde pública, a tuberculose é também um encargo ao Orçamento do Estado moçambicano, uma vez que o tratamento de um doente custa 20 dólares (30 dólares para casos de tuberculose resistente), acrescentou Garrido.
Para contrariar este cenário, o Governo aposta no alargamento dos programas de combate à tuberculose a todas as unidades sanitárias do país, frisou aquele governante.
Intensificar o combate ao HIV/SIDA, tendo em conta que a mesma está cada vez mais associada aos novos casos de tuberculose, é outra solução apontada pelo ministro moçambicano da Saúde.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 21.02.2007