O Governo português doou 25 tendas ao Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) para apoiar as vítimas das cheias em Moçambique, que deixaram mais de 120 mil pessoas desalojadas.
A doação, canalizada através da representação diplomática portuguesa em Maputo, visa contribuir para fazer face à escassez de abrigos existentes nos centros de acolhimento para o elevado número de pessoas que fugiram da subida das águas.
"As autoridades portuguesas estão a seguir os trágicos acontecimentos em Moçambique atentamente e com muita preocupação", disse o embaixador português em Moçambique, José de Freitas Ferraz.
As cheias que nas últimas semanas têm fustigado o vale do Zambeze, na zona centro do país, afectaram um total de 120.972 pessoas, 71.106 das quais foram transferidas para centros de acolhimento.
Entretanto, nestes centros, começam a registar-se focos de doenças como a malária, disenteria, conjuntivite e diarreia, que afectaram mais de 800 pessoas.
A Direcção Nacional de Águas (DNA) registou, entretanto, um abrandamento da precipitação no interior de Moçambique e nos países vizinhos, contribuindo para uma diminuição da albufeira da barragem de Cahora Bassa, cujas descargas têm contribuído para agravar a situação de cheias).
As descargas efectuadas pela barragem, que chegaram a atingir os 8.400 metros cúbicos de água por segundo na semana passada, foram entretanto sucessivamente reduzidas para 3.600 metros cúbicos por segundo (valor próximo do registado na primeira semana de Fevereiro, quando começaram a ser abertas as comportas), contribuindo para a estabilização do caudal do rio.
De acordo com a DNA, apesar de o nível das águas permanecer acima da fasquia de alerta, a bacia do Zambeze deverá nos próximos dias registar apenas pequenas oscilações.
Entretanto, em comunicado divulgado em Lisboa, a organização não-governamental portuguesa OIKOS anunciou que está a preparar um projecto de intervenção nas zonas de Moçambique mais afectadas pelas cheias, reunindo esforços com parceiros institucionais e entidades locais.
Nesse sentido, foi aberta uma conta bancária para onde podem ser canalizados os contributos da sociedade civil portuguesa.
"O envolvimento da sociedade civil portuguesa é vital para garantir uma resposta eficaz perante o sofrimento das populações vulneráveis em Moçambique", lê-se no comunicado.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 22.02.2007