O agravamento das cheias ao longo do rio Zambeze, no centro do país, levou as autoridades moçambicanas a colocaram a zona em alerta vermelho e a instarem as populações a procurar locais mais elevados.
Para o agravamento da situação estão a contribuir as chuvas intensas na vizinha Zâmbia e Maláui, que aumentam o caudal de alguns dos principais afluentes do Zambeze, nomeadamente os rios Revobue, Luenha e Aruanga.
O aumento das águas do Zambeze é ainda agravado pela abertura parcial das comportas da barragem de Cahora Bassa, decidida pelos responsáveis do empreenimento.
A abertura das comportas a 40% foi decidida depois de a albufeira da barragem ter atingido o limite da sua capacidade de armazenamento de água, em consequência das fortes chuvas que têm caído na vizinha Zâmbia e que contribuíram para o aumento do caudal do rio Zambeze.
De acordo com a Administração Regional de Águas do rio Zambeze, a barragem aumentou o seu débito de água de 2.500 metros cúbicos para 3.570 metros cúbicos por segundo.
A Direcção Nacional das Águas colocou, por isso, em alerta vermelho tod a a região banhada pelo rio Zambeze, desde Zumbo, na fronteira com o Zimbabué, a té Marromeu, distrito onde o rio desagua no Oceano Índico.
De acordo com o Instituto Nacional de Gestão de Catástrofes (INGC), as cheias e chuvas fortes que se têm feito sentir na região fizeram já dez mortos na província da Zambézia, a maioria das quais por afogamento, outras vitimadas de forma indirecta pelas cheias (electrocussão devido ao derrube de cabos de alta tensão, por exemplo).
Nas últimas duas semanas, cerca de 36 mil pessoas foram assistidas pela s autoridades.
Para esta semana está prevista a deslocação do centro operacional do INGC para Caia (centro), de forma a coordenar mais eficazmente eventuais operações de socorro no vale do Zambeze.
Em contraste com as chuvas que atingem o centro do país, no sul (Inhambane, Gaza, Maputo), a ausência prolongada de chuva começa a preocupar as autoridades, que estimam em 200 mil a 300 mil o número de pessoas que podem vir a ser a fectadas pela seca.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 04.02.2007