Tasha de Vasconcelos, modelo internacional, natural da Beira, sua mãe Jaqueline e comitiva, encontram-se desde 28 de Março na cidade da Beira, vindas de Maputo, para apoiar crianças desfavorecidas, em particular órfãs desta cidade e da Província de Sofala. Apoio que verá a sua concretização com um projecto já em curso, de acolhimento e formação, a implantar no Distrito de Muanza.
Amanhã, pela manhã, deslocam-se ao local da sua construção com o lançamento da primeira pedra. Tasha de Vasconcelos foi portadora de um cheque de avultada importância. Este apoio financeiro tem vindo a ser por si recolhido a nível internacional, nomeadamente com o alto patrocínio dos príncipes de Mónaco, do Presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso e da Embaixadora de Moçambique em França, Fernanda Moisés Lichale.
No Clube Naútico, em amena cavaqueira, a praia e o mar calmo em frente, céu estrelado, com uma noite quente, daquelas que só em Moçambique se pode desfrutar, com Tasha e a sua mãe Jaqueline, a conversa levou-nos até aos anos sessenta e três e sessenta e seis e percorrermos algumas das figuras carismáticas de então, da cidade da Beira, da arquitectura, da medicina e das letras. Ficamos a saber que as origens familiares do pai Vasconcelos, de Tasha, ainda recentemente falecido, andam entre Cinfães do Douro, Resende , Barragem do Carrapatelo e Póvoa de Varzim. Nesta noite não faltaram os camarões tigres e as garoupas de Sofala, papaia e banana.
Sofala, recentemente fustigada pelas cheias do Zambeze e pelo ciclone Fávio, tem nesta visita e em boa hora, o calor humano que de Tasha de Vasconcelos e da sua acção concreta a caminho de Muanza, podia almejar.
O Parque Nacional da Gorongosa, felizmente, não vai ficar esquecido deste périplo de Tasha por Moçambique, com a sua visita vai ser mais uma oportunidade de catapultar para o exterior a sua actual e verdadeira imagem: está em progressiva reabilitação, mas tem uma fauna e uma flora já muito apreciável, digna de ser visitada e avaliada.
Tasha é uma pessoa de trato afável, simpática, gosta de crianças, tem grande facilidade de comunicação e é um facto: rendeu-se aos encantos dos moçambicanos e de Moçambique, terra que a viu nascer! Aqui, na sua segunda visita, é querida e tem sido acarinhada.
Bem haja Tasha de Vasconcelos e todos os embaixadores humanitários que do seu tempo de lazer, da família, dos negócios e de todos os seus afazeres, guardam um tempinho, um pouquinho que seja das suas economias para os outros e acima de tudo, não se esquecem que também são solidários, também são humanos!
Augusto Macedo Pinto, Advogado, Antigo Cônsul de Moçambique em Portugal, [email protected] ,
publicado em www.oprimeirodejaneiro.pt , edição de 30 de Março de 2007, página Opinião.