Praça 7 de Março em 1907
No dia 7 de Março de 1877 um corpo expedicionário de engenharia das Obras Públicas portuguesas desembarca em Lourenço Marques, vindo a bordo do navio África (o mesmo que anos mais tarde transportaria Gungunhana). Este famoso corpo voluntário de engenheiros era chefiado pelo engenheiro militar coronel Joaquim José Machado (mais tarde chegaria a general e a governador geral); veio com a missão de planificar e edificar a futura cidade. O nome da vila de Machadodorp, no Transval, foi dado em sua homenagem. Joaquim Machado foi o responsável pela conclusão do Caminho de Ferro de Lourenço Marques que fez a ligação com Pretória, "resultando num autêntico êxito da engenharia portuguesa". Esta expedição foi enviada de Lisboa por João de Andrade Corvo, grande visionário colonial. Foi ministro da Marinha, do Ultramar e dos Negócios Estrangeiros de 1867 a 1886 "intercaladamente".
Em 6 de Setembro de 1877 toma posse o primeiro presidente da Câmara Municipal de Lourenço Marques, almirante Augusto Vidal de Castilho Barreto e Noronha, também governador. Foi activo na resolução do diferendo luso-inglês sobre a Baía de Lourenço Marques, que culminou com a sentença favorável a Portugal, proferida em Versalhes a 24 de Julho de 1875 pelo presidente francês marechal Mac-Mahon, duque de Magenta. Augusto de Castilho, no conflito dos caminhos-de-ferro (CFLM), teve um grande tacto político-diplomático.
A vida municipal foi iniciada no mesmo dia da tomada de posse dos corpos directivos, por portaria n.° 205, na sede do governo do distrito onde o governador Augusto de Castilho seria nomeado presidente da Câmara Municipal, tendo como vogal Joaquim Tomás da Fonseca, de alcunha em língua local xi-ronga de nuá-Shinengana - "aleijado da perna" -, o secretário Pedro António de Oliveira e o tesoureiro Francisco Caetano Viegas, nuá--Litiuana - "o dedinhos ou larápio".
In MOÇAMBIQUE - Feitiços, Cobras e Lagartos, de João Craveirinha