A vida parece não estar fácil para os vários residentes do Tofo, na província de Inhambane, cuja sobrevivência se deve fundamentalmente à actividade pesqueira. Vedações infindáveis fazem com que os pescadores, e mesmo os banhistas, percorram vários quilómetros para alcançarem o mar. Os terrenos pertencem, na maioria dos casos, a indivíduos de nacionalidade estrangeira e as populações dizem-se agastadas com a situação.
Um nacional, originário daquela zona, referiu-se a um incidente no qual um indivíduo perdeu a vida afogado, acreditando que se não houvesse dificuldades para se chegar ao mar a pessoa poderia ter sido salva.
Este problema não é recente. O governador da província diz que actualmente se está a gerir a situação, “no sentido de legalizar aquilo que não estava”. Afirmou que para “a situação já há uma solução”.
O Governo de Inhambane suspendeu, durante um mês, a distribuição de terrenos, exactamente porque queria definir as responsabilidades, para que este assunto não seja tratado por um único sector.
Refira-se que a distribuição de terrenos naquela província acontecia sobre a égide do Conselho Municipal, instituição sobre a qual pesam acusações de venda ilícita de terrenos. “Reunimo-nos com todos os sectores que fazem parte deste trabalho e tomámos decisões de que este problema de terra deve ser feito em conjunto, sem criar problemas de conflito entre os cidadãos”.
O PAÍS - 26.03.2007