PELO menos 12 instituições estrangeiras já estão a trabalhar no plantio da jatropha, uma cultura cujo óleo pode ser usado para a produção de biodiesel, a ser aplicado em máquinas, além de utilização directa como energia para iluminação e cozinha. Neste momento, vastas áreas estão a ser preparadas, mas ainda está-se na fase experimental e de selecção das melhores sementes que poderão permitir uma produção em grande escala.
Maputo, Terça-Feira, 13 de Março de 2007:: Notícias
O Ministério da Agricultura organizou semana passada, um seminário em Maputo para um debate envolvendo diversos intervenientes, entre agricultores comerciais, associações de camponeses, especialistas em agronomia e outros interessados, o que permitiu que houvesse uma interacção sobre a massificação desta cultura de rendimento e formas de produção.
Sérgio Gouveia, Director do Instituto Nacional de Algodão, disse ser ainda cedo para se falar de uma grande produção da jatropha para a sua industrialização, mas assegurou que um trabalho mais sério está a acontecer em todas as províncias, embora não seja possível, neste momento, quantificar as áreas já plantadas.
“Nós já fizemos o mapeamento das áreas que podem ser usadas para qualquer tipo de cultura e, no caso vertente da jatropha, estamos a receber solicitações de diversos intervenientes que estão interessados em investir nesta área, acreditamos que dentro de alguns anos teremos os resultados desejados. Neste seminário de um dia abordamos questões importantes para que as pessoas reconheçam esta planta como uma cultura que pode trazer benefícios para a produção de energia e de rendimentos, estão envolvidos especialistas com larga experiência sobre a matéria”, disse Gouveia, para depois acrescentar que todas as direcções distritais da agricultura têm planos de produção de viveiros para posterior distribuição.
Disse também que poderá ser realizado um seminário nacional para uma divulgação mais abrangente, mas garantiu que estão em curso acções de esclarecimento e instrução da população sobre a importância que esta planta tem.
Dentre os intervenientes neste seminário conta-se um especialista estrangeiro, Reinhardt Henning, que transmitiu a sua experiência sobre a jotrapha, tendo dito que em muitos países prosseguem estudos para se descobrir as melhores sementes que permitem dar maiores rendimentos.
Nalguns países europeus já se faz a conversão de motores de viaturas e outras máquinas para a utilização do combustível produzido a partir do óleo da jatropha.
Falou, por exemplo, de alguns países como Brasil, Tanzania, Gana, Cabo Verde, entre outros, onde vastas plantações já estão a ser desenvolvidas, mas ainda não se pode falar de um mercado em grande escala da jatropha, estando a prosseguirem trabalhos de maximização desta cultura.
Um projecto levado a cabo pela ENERTERRA, uma instituição estrangeira ligada à produção de energias renováveis, está a ser implementado há quatro meses no país e com principal objectivo criar uma cadeia economicamente viável. Isto envolve a produção da semente, fornecimento de prensas simples para serem usadas pelos camponeses para a produção do óleo que pode ser vendido para a transformação industrial ou uso directo para iluminação e cozinha.