Evacuação de vítimas do Paiol
Dois dias depois de ocorrerem as explosões no Paiol, naquilo que ficou conhecido por «Massacre de Malhazine», o governo moçambicano, pela voz da primeira-ministra, Dra. Luísa Dias Diogo, veio a público dizer que “alguns dos feridos graves iriam receber tratamento na vizinha África de Sul”. Passados 32 dias do fatídico acontecimento, o empresário sul-africano Toyko Sexual, um veterano do ANC e um potencial futuro presidente da República vizinha, na manhã desta terça-feira fretou duas avionetas equipadas que rumaram com destino a Moçambique, mais concretamente à cidade de Maputo. Uma das avionetas foi para transportar as crianças com respectivo pessoal médico sul-africano e outra para os acompanhantes das vítimas.
Em contacto com o «Canal de Moçambique» o administrador do «HCM – Hospital Central de Maputo», João Tembe disse que “graças ao apoio do empresário sul-africano, as crianças, a partir de amanhã estarão a receber acompanhamento numa clínica sul-africana localizada no «Soweto» um dos bairros da África de Sul”.
“As crianças terão todo apoio hospitalar do empresário”.
João Tembe disse que “as 5 crianças que embarcaram na manhã de ontem 3ª feira para África de Sul precisam de acompanhamento médico e próteses para sua locomoção”.
“O embarque destas crianças para a vizinha África de Sul veio a calhar numa altura em que elas precisam de próteses para sua locomoção e o governo não dispõem de condições”, afirma João Tembe.
“Não temos fábrica de próteses no País. O custo de uma prótese é muito dinheiro. É urgente que as crianças usem próteses para sua locomoção”.
Por outro lado João Tembe disse que “do «HCM» segue em separado a directora de Enfermagem, Dra. Felizarda Djedje, também para vizinha África de Sul, com o propósito de inteirar-se do acompanhamento das crianças”.
“Ela vai manter diálogo com o empresário sul- africano e também com o pessoal da clínica de modo que depois do acompanhamento médico as crianças se beneficiem de próteses para sua locomoção”, disse Tembe.
Importa referir que na altura da visita da reportagem do «Canal de Moçambique» encontravam-se sob cuidados médicos 10 pacientes vítimas de Mahlazine.
Boa notícia
Uma boa notícia diz respeito ao que está a acontecer na parte interior do «Hospital Central de Maputo». Está a beneficiar de obras de manutenção.
Está também em curso a reparação dos elevadores do «Bloco Operatório», manutenção de enfermarias e pintura geral.
Devido a obras de manutenção no hospital, a enfermaria de «Ortopedia III» neste momento está funcionar num armazém que até há pouco tempo servia para guardar medicamentos.
Neste local provisório encontram-se misturados mais de 30 doentes. Dentre eles pessoas adultas, crianças e bebés que padecem de várias enfermidades.
(Conceição Vitorino) -CANAL DE MOÇAMBIQUE - 26.04.2007