Cerca de cinco mil moçambicanos morreram em 2005 vítimas de malária, contra 4.209 registados em 2004, uma subida de 15,6 por cento.
A doença, o principal problema de saúde pública em Moçambique, afectou 6,3 milhões dos cerca de 19 milhões de moçambicanos, quando no ano anterior tinham sido registados 5,9 milhões de infectados.
De acordo com dados oficiais, a malária é responsável por 40 por cento de todas as consultas externas e aproximadamente 60 por cento de doentes internados nas enfermarias de pediatria são admitidos em resultado da malária severa.
A estimativa de prevalência no grupo etário de 2 a 9 anos de idade varia entre 40 e 80 por cento, com 90 por cento de crianças menores de cinco anos infectadas por parasitas da malária em algumas áreas.
Em 2000, o governo de Moçambique subscreveu uma declaração sobre o compromisso político de combate à malária, a qual foi assinada igualmente por outros 44 países africanos, reunidos na capital nigeriana, Abuja.
No âmbito do acordo, os chefes de Estado e de governo destes países decidir am iniciar acções apropriadas e sustentáveis para reforçar os sistemas de Saúde para reduzir o peso da malária à metade até ao ano 2010.
Para se conseguir tal impacto, foram estabelecidas algumas metas de impleme ntação de intervenções de controlo da malária a médio prazo, nomeadamente o rápido de acesso ao tratamento correcto de 60 por cento dos que padecem de malária.
A terapia, que se pretende seja a baixo custo nas primeiras 24 horas após o início dos sintomas, deverá abranger particularmente mulheres grávidas e crianças com menos de cinco anos de idade, que possam beneficiar da combinação mais adequada de medidas de protecção pessoal e colectiva.
Tais medidas incluem o acesso às redes mosquiteiras tratadas com insecticidas e outras intervenções que são acessíveis e de baixo custo financeiro para prevenir infecções e sofrimento.
No entanto, dados oficiais sobre o combate à malária indicam para a dificuldade de inversão do cenário: só no ano passado, os casos de malária em Moçambique representaram um aumento na ordem dos 5,3 por cento, comparativamente ao ano de 2005.
Apesar da introdução de tratamento gratuito da doença, os casos de malária em Moçambique continuam a subir, sendo responsável por quase 30 por cento de todos os óbitos registados no país.
As falhas nas políticas de combate à malária em Moçambique obrigaram o executivo moçambicano a reintroduzir o uso de DDT, banida na década de 80, e estabelecer também como prioridade o uso de artemisina, obtida da planta artemísia. A malária é endémica em todo o país, nas áreas onde o clima favorece a sua trans missão ao longo de todo o ano, atingindo o seu ponto mais alto após a época chuvosa Dezembro a Abril.
Na quarta-feira assinala-se o Dia da Malária em África, continente onde todos os anos morrem cerca de 900 mil pessoas vítimas da doença.
Nos países africanos, a malária é a causa principal de mortalidade, vitimando uma criança em cada 30 segundos.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 24.04.2007