Canal de Opinião - por Celso Manguana
Nos dias que correm na classe jornalística o debate gira à volta da revisão da Lei de Imprensa. O ponto mais polémico do referido debate liga-se ao ponto referente à «Carteira Profissional». Em relação a esse ponto há duas correntes. Uma contra e, outra a favor. Sobre o assunto nunca antes eu tinha tomado posição. Mas hoje tomo. Quem, como eu, sabe e conhece os indivíduos que, de facto mandam no «Sindicato Nacional dos Jornalistas - SNJ». O «SNJ» é uma das organizações que está na vanguarda da defesa da introdução da «Carteira Profissional». Pode ser que os indivíduos a quem me vou referir não mandem de jure no SNJ. Mas mandam de facto.
Os indivíduos a que me refiro são os seguintes: Albino Magaia, jornalista retirado. Hilário Matusse, jornalista retirado. Filimão Mata, jornalista retirado. Gil Laurenciano, jornalista retirado. Rafael Bié, jornalista retirado. Elias Cossa, jornalista retirado. Há mais nomes, mas fico-me pela amostra.
Podemos, agora passar para a outra organização que defende com unhas e dentes a introdução da famosa «Carteira Profissional». Refiro-me ao « MISA-Moçambique». Os rostos mais visíveis da referida organização são os seguintes indivíduos: Tomás Viera Mário, jornalista retirado. Ericino de Salema, jornalista retirado. Alfredo Libombo, jornalista retirado.
Em suma, há grupelho de ex-jornalistas que querem determinar a agenda dos jornalistas moçambicanos de facto. Os ex- jornalistas querem determinar a agenda dos jornalistas que ainda trabalham no jornalismo e, informam aos moçambicanos «Do Rovuma ao Maputo e do Zumbo ao Índico». Também, muitos desses ex-jornalistas nunca o foram de facto. Eram elementos do ex-«Serviço Nacional de Segurança Popular- SNASP» infiltrados nas redacções. E, como tudo indica, o «Serviço de Informação e Segurança do Estado-SISE», herdeiro da defunta «SNASP» já tem tarefas para muitos dos seus elementos, ex- jornalistas, estes vão se recreando a tentar baralhar os jornalistas que continuam no activo.
Em defesa da «Carteira Profissional» também saiu o meu amigo Armando Nenane. Mas para não variar, também é um ex-jornalista.
Companheiros ex-jornalistas voltem as redacções e só depois disso poderemos discutir a legitimidade da vossa proposta. Antes disso, fiquem calados e continuem a beber copos na sede do «SNJ». É um lugar nice para beber copos. Eu sei disso. Costumo lá estar. Também, um lugar que tem dois bares e uma discoteca é nice para beber copos.
Mas essa de ex-agentes do «SNASP» não terem tarefas não acaba no jornalismo. Nas barracas do «Museu» tenho visto antigos assassinos e torcionários a exibirem as suas «Makarov’s» sempre que lhes falta argumentos em debates de copos. O que eu sugiro a quem dá ordens aos ex-elementos do «SNASP» sempre é que os recicle para capatazes de plantações de «Jhatropha». Pelo menos assim, hão-de contribuir para combater a “pobreza absoluta” de milhões de moçambicanos.
PS: Este texto é dedicado ao meu tio Eduardo White que insiste em ser poeta no país de analfabetos e que tem alguns governantes que acreditam que Frantz Fanon foi um grande avançado do Benfica e, que Jean - Paul Sartre foi secretário do Grupo Dinamizador do Bairro Malhangalene “B”. Tio White, num país assim eu não vivo. Vou para o exílio
CANAL DE MOÇAMBIQUE - 23.04.2007