Quarenta deputados e funcionários do parlamento sul-africano estão a aprender português devido à cooperação que aquele país mantém com Angola e Moçambique, disse segunda-feira, à Agência Lusa, o secretário de Estado das Comunidades.
António Braga, que se reuniu em Lisboa com a presidente da Assembleia Nacional da África do Sul, Baleka Mbete, adiantou que a língua portuguesa assume importância naquele país por causa da cooperação com Angola e Moçambique. O ensino do português na África do Sul, que está integrado no sistema curricular sul-africano, foi um dos temas abordados na reunião, na qual foi ainda analisada a cooperação entre os dois países, nomeadamente o acordo de segurança e o desenvolvimento das relações económicas.
De acordo com António Braga, a África do Sul está interessada que empresas portuguesas comecem a investir naquele país. O secretário de Estado sublinhou que o acordo de segurança permite "uma troca de experiência e de informação" entre as forças policiais dos dois países para combater o crime, nomeadamente junto dos portugueses. A comunidade portuguesa que vive na África do Sul foi outro tema da reunião. Segundo António Braga, os cerca de 600 portugueses ali residentes "são reconhecidos pelas autoridades sul-africanas".
Em declarações à Lusa, a presidente da Assembleia Nacional da África do Sul destacou a importância da comunidade portuguesa, sublinhando que "faz parte da sociedade sul-africana".
Baleka Mbete disse ainda que muitos dos portugueses "são economicamente activos" e estão ligados ao pequeno comércio, como restaurantes e lojas. A mesma responsável considerou que os portugueses não são assassinados por causa da sua nacionalidade mas por viverem numa sociedade em que o crime faz parte do quotidiano. "Muitos dos portugueses morrem porque isso também acontece no resto da sociedade. Não lhes acontece isso por serem portugueses", sublinhou.
LUSA - 24.04.2007