O grupo empresarial pan-africano Lonrho anunciou segunda-feira que comprou 34 por cento do capital da Sociedade de Águas de Moçambique (SAM), que engarrafa e distribui a popular marca "Água da Namaacha", por 1,21 milhões de dólares.
A Lonrho (antiga empresa colonial britânica London-Rhodesia) comprou uma participação de 34 por cento na empresa e, adianta em comunicado, no futuro vai aumentá-la para acima de 50 por cento, comprando participações de accionistas minoritários.
"Esta aquisição oferece claras sinergias com os interesses existentes da empresa no sector das águas, incluindo utilizar os conhecimentos técnicos e de gestão da Swissta Water [outra marca da Lonrho no país] e tirar partido da rede de distribuição da SAM", afirma em comunicado.
Para a Lonrho, "a continuação do crescimento da marca Água de Namaacha pode ser alcançado através do incremento de esforços de marketing, expansão para o centro de Moçambique e oportunidades de exportação para os países vizinhos".
A Água de Namaacha tem actualmente uma quota de perto de 30 por cento do mercado de águas engarrafadas de Moçambique. No ano passado, a Sociedade de Águas de Moçambique vendeu cerca de dois milhões de litros de água, representando um volume de negócios de 1,045 milhões de dólares. As vendas têm vindo a crescer em torno de 100 por cento ao ano, e este ano deverão atingir os três milhões de litros, segundo dados divulgados pela Lonrho.
Recentemente, a empresa moçambicana investiu 1,2 milhões de dólares numa nova unidade de enchimento, com uma capacidade diária de extracção de 100 mil litros de água, situada a menos de 100 quilómetros do principal mercado - a capital moçambicana, Maputo. A fábrica está implantada numa área de 560 hectares, com quatro nascentes, evidenciando "capacidade de uso das terras para projectos de lazer", refere a Lonrho.
Para o presidente da empresa, David Lenigas, "a Lonrho comprou uma participação numa marca de águas bem conhecida e em rápido crescimento, com geração de capital e infra-estruturas, uma rede de distribuição estabelecida e oportunidades adicionais de crescimento orgânico, quer em Moçambique, quer nos mercados de exportação".
A Swissta, da Lonrho, tem unidades de enchimento em Moçambique e na República Democrática do Congo.
Em Moçambique a empresa britânica é também a principal accionista do Hotel Cardoso, na capital, Maputo.
No continente africano, tem ainda interesses na exploração de urânio (Brinkley Mining) e diamantes (Nare Diamonds, África do Sul).
Em Março de 2006 comprou a maioria do capital do porto de Luba, na Guiné Equatorial, onde pretende criar um entreposto para transporte e comercialização de gás e petróleo.
No ano passado a Lonrho registou receitas totais de 3,4 mil milhões de libras (5,01 mil milhões de euros).
Já este ano, comprou duas companhias aéreas - a sul-africana Norse Air e a queniana Fly540, um investimento total de 6,5 milhões de dólares.
LUSA - 24.04.2007