A FALTA de conhecimento na preparação de alimentos nutritivos, no distrito de Gorongosa, província de Sofala, contribui para a multiplicação dos índices de malnutrição, sobretudo em crianças que, por conseguinte, acabam encontrando a morte de forma precoce. Este facto acontece paradoxalmente numa zona potencialmente agrícola e está a constituir uma preocupação para as respectivas autoridades administrativas que decidiram introduzir cozinhas comunitárias como forma de ensinar a população local a preparar dietas equilibradas.
Maputo, Segunda-Feira, 23 de Abril de 2007:: Notícias
Apenas para elucidar, uma média de dez crianças dão entrada diariamente na unidade sanitária da vila de Gorongosa com problemas de malnutrição.
Entretanto, dados oficiais a que o “Notícias” teve acesso, indicam que a situação de malnutrição tende a amainar nos últimos tempos, embora haja o registo de alguns óbitos em número não especificado pelas autoridades locais.
O administrador de Gorongosa, João Oliveira, reconhece que o facto acontece numa altura em que a segurança alimentar melhorou significativamente naquela região considerada “celeiro” da província de Sofala.
A fonte indicou ainda que um número significativo de óbitos tem vindo a ser notificado por causa daquela doença.
O mais grave é que alguns doentes só entram em contacto com as unidades sanitárias quando já se encontram num estado clínico terminal, o que inviabiliza quaisquer esforços para a sua estabilização. Como se não bastasse, há casos de óbitos que ocorrem nas comunidades pela mesma enfermidade sem o conhecimento das autoridades hospitalares.
Para contrariar a actual situação de malnutrição, decorrem as chamadas oficinas comunitárias envolvendo os líderes mais influentes na zona como régulos, religiosos e curandeiros.