A diplomacia moçambicana e europeia vão estar em peso durante este final de semana útil em Sofala. É um encontro para, em ambiente de total descontracção, quiçá em total informalidade, encontrarem-se o corpo diplomático acreditado em Moçambique e a Ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Alcinda Abreu.
O ineditismo desta iniciativa caiu bem, segundo um dos jornais locais.
Os dezoito embaixadores da UE que estarão presentes neste encontro de Sofala, promovido pela Ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique, terão assim uma oportunidade de, com maior tranquilidade, fora do bulício tão característico das capitais, conviver um pouco com as gentes da cidade e da Província que liga a África Oriental à África Ocidental por via ferroviária: Beira e Sofala.
A centenária cidade moçambicana ao acolher tão importante iniciativa e tão ilustres visitantes, vai com certeza aguardar que estes representantes da UE, façam também jus à tão badalada diplomacia económica, avaliando as potencialidades de Moçambique a partir da sua cidade, capital de Província, a mais central. A Beira, com o seu aeroporto internacional, com os caminhos de ferro e a sua estação, uma das mais belas do mundo, as vias rodoviárias que ligam ao sul, norte e interior, atravessando fronteiras ligando até aos países
vizinhos e o porto de mar, são componentes de uma infra-estrutura, de uma verdadeira plataforma logística disponível e com capacidade para muitos, mais e maiores desafios e solicitações.
Curiosa não deixa de ser a coincidência do 25 de Abril em 1974 e no que se refere a Portugal, ter também as suas origens nos acontecimentos ocorridos na cidade da Beira em 17 de Janeiro de 1974, e passar os trinta e três anos da sua comemoração nesta cidade da Beira. Disso já foi notícia um texto publicado no
Jornal de Notícias do Porto a 16 de Janeiro de 2004.
Como avaliarão então estes dignos representantes da região económica do mundo que mais significativamente tem contribuído para que Moçambique combata a pobreza e que crie um maior desenvolvimento nas zonas mais desfavorecidas?
É o momento da UE levar à prática aquilo que consta dos seus programas, dos seus objectivos, a partir da província de Sofala e daí chegar a todo o Moçambique. Aqui há projectos apoiados pela UE, infra-estruturas já a funcionar com o seu apoio, são postos de trabalho que se criam, são janelas que se abrem, expectativas que se criam. Assim se potencia o desenvolvimento, constrói a confiança e a esperança!
Augusto Macedo Pinto, Advogado, Antigo Cônsul de Moçambique no Porto, [email protected]., publicado na primeira página em 27/04/2007, www.oprimeirodejaneiro.