O CO-FUNDADOR da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) e membro do Comité Central desta formação política no poder, Marcelino dos Santos, disse, ontem, que a globalização capitalista não tem capacidade de construir valores humanos, apelando para que nenhum moçambicano tenha medo dela, porque está condenada ao fracasso.
Maputo, Sábado, 21 de Abril de 2007:: Notícias
Falando na reunião de quadros do partido no Distrito Municipal número-1, a decorrer na Escola Secundária Francisco Manyanga, sob o lema “materializando as decisões do IX Congresso”, Marcelino dos Santos afirmou que o socialismo científico, cujos princípios assentam na propriedade colectiva dos meios de produção é o objectivo final da causa perseguida pela FRELIMO.Segundo aquele veterano, o socialismo perseguido pela Frente de Libertação de Moçambique durante a luta armada não foi o chamado socialismo democrático, mas sim científico. Disse que o socialismo democrático evoluiu nos países como a Inglaterra, Alemanha e Suécia, acrescentando que, na sua essência, preconiza ideais do capitalismo.
Marcelino dos Santos, que é largamente conhecido pelas suas posições anti-globalização e a favor da causa dos povos pobres oprimidos pelo capitalismo, explicou que no planeta existem, na actualidade, três blocos económicos temíveis, nomeadamente o bloco liderado pelos Estados Unidos, integrando o Canadá, Austrália e a Nova Zelândia, a União Europeia e o Japão, cuja economia superava em 30 vezes a chinesa, há alguns anos. Sabe-se, no entanto, que a China se poderá tornar num gigante económico mundial nos próximos tempos, devido aos grandes e rápidos progressos que se estão a registar na sua economia.
O encontro de quadros do partido Frelimo no Distrito Municipal número-1, na cidade de Maputo, está a analisar alguns dos temas que constituíram o fundamento do IX Congresso, dentre os quais a estrutura organizacional do partido naquele ponto da capital do país, o papel da célula do partido, a saúde, família e comunicação social, o comércio informal e a ordem pública.
Na abertura do encontro, o primeiro-secretário do comité da cidade, António Simbine, considerou o Distrito Municipal número-1 como sendo bastante complexo, pois é onde se encontram localizadas as instituições nacionais e internacionais mais importantes, para além de que alberga maior parte dos dirigentes, tanto do partido, como do Estado.