A Palabora Mining, a maior produtora de cobre da África do Sul, poderá retomar em moldes semelhantes o projecto de construir uma fundição de aço em Maputo abandonado pela empresa norte-americana Enron, "gigante" do sector energético entretanto falido.
O projecto, que envolvia o governo moçambicano e estava avaliado em 811 milhões de euros, foi abandonado em 2002, na sequência da falência da empresa norte-americana.
A Palabora Mining propõe-se agora recuperar o projecto de construção da fundição de aço na capital moçambicana, expansão do porto de Maputo e colocação em funcionamento de um "pipeline" para o transporte de limalha de magnetite da sua mina sul-africana para Maputo.
De acordo com Charles Asubonten, director financeiro da Palabora Mining, as reservas existentes na mina sul-africana, avaliadas em 240 a 270 milhões de toneladas de magnetite, são suficientes para alimentar uma fundição de aço em Maputo.
A mina de Palabora está localizada 360 quilómetros a nordeste de Pretória, junto ao parque nacional de Kruger.
A empresa é detida maioritariamente (57,7 por cento) pela australiana Rio Tinto, a quinta maior do mundo na exploração de minas, e pela Anglo-American, baseada no Reino Unido e outro "gigante" da mineração mundial.
No ano passado, os preços do minério de ferro registaram uma subida de 19,5 por cento no mercado internacional, prevendo-se uma subida de 9,5 por cento para este ano, pelo quinto ano consecutivo.
A principal dificuldade do projecto poderá ser o abastecimento de água à unidade industrial, já que as fábricas de ferro requerem enormes quantidades daquele líquido para o arrefecimento do metal.
Para o projecto da Enron estava estimada uma necessidade diária de 67 milhões de litros de água.
Na altura, o governo moçambicano advertiu a Enron que a água não poderia ser extraída do rio Umbeluzi, principal fonte de água potável da capital moçambicana.
As autoridades sul-africanas rejeitaram também que o projectado "pipeline" para transporte de minério atravessasse o parque Kruger, pelo será necessário encontrar um trajecto alternativo para o condutor ou, em alternativa, investir de forma maciça nos caminhos de ferro entre os dois países.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 24.04.2007
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