O PARLAMENTO Europeu (PE) manifestou-se ontem contra a eventual presença do Presidente zimbabweano, Robert Mugabe, na II cimeira entre a União Europeia e África, prevista para Dezembro próximo, em Lisboa.
Maputo, Sexta-Feira, 27 de Abril de 2007:: Notícias
A posição da assembleia foi assumida ontem em Estrasburgo com a adopção de uma resolução sobre a situação dos direitos humanos no Zimbabwe, que inclui um parágrafo a solicitar ao Conselho “que vele para que todos os Estados-membros apliquem rigorosamente as medidas restritivas existentes”, caso da lista de dirigentes zimbabweanos impedidos de viajar para a União Europeia, e que inclui Robert Mugabe.
O PE “exorta, por conseguinte, o Conselho, a velar para que nenhuma pessoa proibida seja convidada a participar, nem participará, na Cimeira África/Europa que se realizará em Lisboa, em Dezembro deste ano”, lê-se na resolução ontem adoptada pela assembleia.
No início da semana, os MNE´s da União Europeia decidiram, em Luxemburgo, aumentar a pressão sobre o Zimbabwe face à deterioração da situação política, económica e de direitos humanos naquele país, ampliando a lista de dirigentes impedidos de entrar na Europa, que conta já com mais de uma centena de pessoas.
“As autoridades zimbabweanas têm tido comportamentos inaceitáveis ao longo dos últimos meses”, disse na altura o chefe da diplomacia portuguesa, Luís Amado.
A União Europeia tem em vigor sanções contra o Governo de Harare desde Fevereiro de 2002: proibição de vistos, congelamento de activos e embargo ao fornecimento de armas, principalmente dirigidas contra os responsáveis governamentais e altos funcionários do país.
A situação política no Zimbabwe tem constituído um obstáculo à realização de uma segunda cimeira entre a Europa e África, depois daquela realizada em Cairo em Abril de 2000. Na altura, foi decidido realizar uma segunda cimeira em 2003, que acabou por ser adiada “sine-die” devido à oposição de alguns países europeus, nomeadamente o Reino Unido, à participação do presidente do Zimbabwe, cujo Governo é acusado de violação dos direitos humanos e é alvo de sanções da União Europeia e dos Estados Unidos.