Cerca de 20 Organizações moçambicanas da Sociedade Civil pediram nesta quinta-feira à República Federal da Alemanha, que actualmente exerce a presidência da União Europeia, para intervir junto dos 27, para travar os Acordos de Parceria Económica ( EPA´s), entre a Europa e os países da África, Caraíbas e Pacífico ( ACP ).
Através de uma petição que deverá ser encaminhada à Chanceler Ângela Merkel, submetida à embaixada alemã em Maputo, a sociedade civil manifesta o seu repúdio contra o que considera de “imposição dos Acordos de Parceria Económica aos países da ACP”, considerando que estes, estão orientadas para manter milhões de cidadãos na pobreza, paralisar as emergentes indústrias dos países em desenvolvimento, prejudicar o meio ambiente e reduzir severamente o espaço político para as decisões autónomas em matérias do comércio e investimento, e pedem, para que esta, influencie os estados europeus para escutarem e agirem em conformidade com as preocupações e propostas dos Governos da ACP e da Sociedade Civil.
Para o caso de Moçambique, em particular, a Sociedade Civil considera que uma decisão que favoreça os EPA´s terá um “impacto profundo e prolongado sobre a vida das gerações futuras, trazendo efeitos negativos difíceis de imaginar”.
As organizações cívicas nacionais, consideram que a Alemanha deve, e pode jogar um papel decisivo neste
processo, fazendo com que os 27 da Europa unida, procurem alternativas de cooperação que elevem a o potencial de desenvolvimento dos países da ACP, tal como prevêem os Acordos de Cotonou.
O pedido ora submetido foi acompanhado de centenas de assinaturas de cidadão e organizações sociais, e reflete parte de diversas acções de advocacia e mobilização que deverão continuar em manifestação contra
os EPA´s.
Ao Governo ainda não se pronunciou oficialmente sobre a sua posição aos acordos, contudo, a sociedade
civil diz esperar que esta seja de repúdio e não adesão.
(W.M) - MEDIA FAX - 20.04.2007