Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) decidiram segunda-feira, no Luxemburgo, aumentar a pressão sobre o Zimbabué face à deterioração da situação política, económica e de direitos humanos neste país. "As autoridades do Zimbabué têm tido comportamentos inaceitáveis ao longo dos últimos meses", disse o chefe da diplomacia portuguesa, Luís Amado, no final de uma reunião dos 27. A União Europeia actualizou a lista dos dirigentes do Zimbabué proibidos de viajar para a Europa a mais cinco altos dirigentes, na sequência da última remodelação governamental no país.
Por outro lado e segundo fonte diplomática, os 27 decidiram também incluir nessa lista os nomes de dois polícias que reprimiram de forma particularmente violenta nas últimas manifestações de 11 de Março.
Nesse dia, a oposição ao regime de Robert Mugabe tentou contornar a proibição de se manifestarem organizando uma oração colectivo.
Mas o chefe do principal partido da oposição, o MDC, e cerca de meia centena de pessoas foram brutalmente reprimidos pelas forças de seguranças.
Os 27 congratularam-se pelos esforços dos países da África Austral para limitar o impacto da "desestabilização" da situação no Zimbabué.
A UE tem em vigor sanções contra o regime de Mugabe desde Fevereiro de 2002: proibição de vistos, congelamento de activos e embargo ao fornecimento de armas, principalmente dirigidas contra os responsáveis governamentais e altos funcionários do país.
A situação política no Zimbabué tem constituído um obstáculo à realização de uma cimeira entre a Europa e a África. Portugal está a preparar, para ter lugar durante a sua presidência da União Europeia no segundo semestre deste ano, uma cimeira UE/África.
LUSA - 24.04.2007