Ontem em Maputo
Osvaldo Razak Muianga, comummente tratado por Dudu, detido há cerca de seis anos na cadeia civil – onde goza de estatuto especial –, arguido no processo do caso da tentativa do assassinado do advogado Albano Silva e peça controversa no caso «Carlos Cardoso», almoçou na tarde de ontem na residencial «Kaya Kwanga».
Dudú que se tornou tristemente célebre durante a instrução preparatória do caso «Carlos Cardoso», ao apresentar sete versões diferentes sobre o “organização do crime”, e no final ter simulado uma neuropatologia, durante a vigência daquele julgamento tido como o mais mediático da história de Moçambique independente, prestou declarações na condição de declarante, suscitando acessos debates entre juristas que consideravam que ele devia estar na condição de réu.
Diversas fontes alertaram o facto ao «Canal de Moçambique» e fomos lá para certificar.
Dada a sua descomunal fisionomia, não foi difícil reconhecer o “baixinho”.
Trajando uma camisola de fato de treino e jeans verdes e calçava umas sapatilhas adidas brancas, Dudu passeava pelo pátio do complexo «Kaya Kwanga» muito à vontade e tranquilo que não parecia ser um preso.
Eram cerca das 15h10, quando Dudu se dirigiu ao escritório, junto à recepção. O gestor do «Kaya Kwanga» é o cidadão Humberto Sartori, que durante vários minutos trocou impressões com Osvaldo Muianga.
Já fora do escritório de Sartori, Humberto dizia às gargalhadas em frente de quatro homens que o rodeavam “onde está a Polícia. Vou chamar a Polícia”.
Outra figura de vulto que esteve no «Kaya Kwanga» foi a do editor do semanário «Magazine Independente», Lourenço Jossias, que trajado com uma «jacket» preto, óculos escuros e «jeans» pretos, também trocava palavras e sorrisos com Dudu.
Passado uns instantes ele ainda foi à piscina falar com duas senhoras que estavam na altura a apanhar banhos de sol.
Em frente ao escritório de Humberto Sartori estava estacionada uma viatura creme da marca «Toyota Corolla» que provavelmente o ia levar ao destino.
De recordar que Dúdu, quando simulou sofrer de neuropatologia, foi internado numa das clínicas da capital, as expensas da Polícia de Investigação Criminal (PIC), que o “protegia”, pois, na altura, ele era o informante de “confiança” das hostes da “bufaria”. A factura do pagamento chegou a ser divulgada na comunicação social.
O «Canal de Moçambique» após testemunhar os factos atrás descritos, tentou ontem, ainda que atónito e sem sucesso ouvir a direcção da Cadeia Civil.
CANAL DE MOÇAMBIQUE - 25.05.2007