O Governo de Moçambique formalizou com o consórcio formado pelos bancos BPI e o francês Calyon o acordo para a liquidação da divida a Portugal pela passagem da maioria da capital da hidroeléctrica de Cahora Bassa, anunciarm hoje as duas partes.
"O consórcio Calyon/BPI fica responsável pela estruturação e tomada firme dos fundos necessários ao pagamento pelo Governo moçambicano ao Estado português do preço acordado para a tomada por Moçambique de uma participação de 85 por no capital da HCB", refere um comunicado divulgado depois da formalização do acordo pelo Executivo moçambicano, representado pelo ministro da Energia.
Tal como foi noticiado a 11 de Maio, o Governo moçambicano atribuiu o mandato ao sindicato Calyon/BPI após um processo de consulta internacional lançado em Fevereiro, ao qual concorreram outros 4 grupos de bancos.
Os outros candidatos foram os consórcios Standard Bank com os Rand Merchant Bank, DBSA, Millennium BCP, ABSA Capital, Investec, Nedbank, Millennium BIM, Banco Austral e BMI, o BNP Paribas com o Deutsche Bank e, isoladamente, o Morgan Stanley.
O consórcio deverá desenvolver uma sindicação internacional da operação, "contribuindo assim para a criação, nos mercados financeiros internacionais, da visibilidade e confiança necessárias para o lançamento futuro de outros grandes projectos moçambicanos, em moldes de financiamento independentes", refere o comunicado.
O Calyon, que faz parte do Grupo Crédit Agricole, e o BPI, já com forte presença em Moçambique através da participação de 30 por cento no BCI Fomento, vão iniciar de imediato os trabalhos de estruturação e montagem da operação "com vista ao cumprimento dos prazos previstos, que prevêem a utilização dos fundos até ao final de Dezembro de 2007".
Ao abrigo do acordo assinado em Novembro do ano passado entre o presidente moçambicano, Armando Guebuza, e o primeiro-ministro português, José Sócrates, Moçambique ficou com 85 por cento das acções da HCB barragem, reduzindo Portugal a sua participação para 15 por cento.
Portugal recebe pelo negócio 950 milhões de dólares, dos quais 250 milhões de dólares pagos no momento do acordo e os restantes 700 milhões de dólares numa segunda tranche.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 22.05.2007