O Fundo Europeu para o Desenvolvimento vai financiar a realização de um estudo de viabilidade relativo à abertura de um canal de navegação no rio Zambeze que ligue por via fluvial os territórios de Moçambique, Malauí e Zâmbia.
A realização do estudo, avaliado em 372 mil euros, foi confirmada por fonte do governo moçambicano.
Em Abril, os três governos anunciaram a sua pretensão de partilhar, até 2009, as águas do rio Zambeze, visando ter uma navegação "potente" como alternativa e uma rota fácil e barata de transporte de produtos importados e exportados pelos três países.
Neste processo, o governo do Malauí está a encorajar os outros dois países a procurar fundos para recomeçar a navegabilidade através do rio Zambeze, visando retomar a ligação, também pelo rio Shire, no Malauí.
No mês passado, os três países assinaram um memorando de entendimento com vista a materializar este esforço, numa cerimónia testemunhada por representantes da COMESA e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
Ainda no mesmo mês, as autoridades governamentais do Malauí submeterem o projecto aos responsáveis governamentais subscritores da Nova Parceria para o Desenvolvimento de África (NEPAD), dando conta que, durante um século e meio, o rio Zambeze foi usado com êxito pelos navegadores missionários em trânsito para o país.
No projecto entregue à NEPAD, o governo do Malauí refere que, na década de 1970, uma empresa privada operou com um barco no transporte de pessoas e bens de Chiromo para Chinde, na costa do Oceano Índico em Moçambique.
No entanto, a operação foi interrompida devido à guerra civil entre a FRELIMO, partido no poder, e a RENAMO, hoje principal partido da oposição em Moçambique, terminada em 1992.
As autoridades governamentais do Malauí dizem esperar que a reabertura do canal entre os rios Zambeze e Shire abra uma rota do interior do porto Nsanje, no Malauí, para o rio Chire, em Moçambique, numa distância de 238 quilómetros.
O projecto envolve a construção de porto Nsaje, em Malaui, expansão e modernização do porto de Chinde, em Moçambique, bem como a dragagem do canal entre os rios Shire e Zambeze.
Sobre o projecto, o ministro dos Transportes e Comunicações moçambicano, António Munguambe, afirmou que o seu governo aguarda pelos resultados do estudo de viabilidade, para tomar uma posição definitiva.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 24.05.2007