Por Emídio Beúla
O mediaFAX, propriedade da Mediacoop, faz hoje, 25 de Maio, 15 anos de existência, desde que a sua primeira edição foi publicada nessa data em 1992. Fundado por 13 experientes profissionais de comunicação social, o mediaFAX revolucionou a imprensa moçambicana e cedo se tornou numa publicação de referência e leitura obrigatória, não só por ser o primeiro jornal independente do país, como também por reflectir o carisma interventivo e investigativo de Carlos Cardoso, seu primeiro editor.
Após a aprovação da primeira Constituição multipartidária do país em 1990 e da Lei da Imprensa em Agosto de 1991, um grupo heterogéneo que reunia jornalistas, repórteres e fotógrafos discutiu a possibilidade de criar um jornal independente em relação ao controlo estatal e governamental. O grupo, que mais tarde viria a fundar a Mediacoop, jornalistas associados, SCRL, uma cooperativa com escritura pública assinada a 6 de Fevereiro de 1992, era composto por António Elias, Alírio Chiziane, Armindo Chavana, António Gumende, Carlos Cardoso, Fernando Lima, Fernando Manuel, Fernando Veloso, Gil Lauriciano, Kok Nam, Lourenço Jossias, Naíta Ussene e Salomão Moyana. A maior parte do grupo havia pertencido aos quadros da Agência de Informação de Moçambique (AIM), da revista Tempo e do semanário Domingo e, acabada que estava a euforia pós-independência, decidiu afastar- -se dos círculos dos apoiantes do poder, passando a intervir criticamente no processo da democratização do país e a exprimir o pluralismo e a diversidade da sociedade moçambicana. O grupo, já em 1990, tinha estado muito envolvido na divulgação do documento “o direito do povo à informação”, uma contribuição assinada por 165 jornalistas para que a liberdade de imprensa figurasse na nova Constituição.
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