Se o apuramento nacional confirmar a contagem distrital, José Ramos-Horta tomará posse a 20 de Maio como sucessor de Xanana Gusmão na chefia do Estado e Timor-Leste poderá ter um governo de gestão até às legislativas.
"Numa leitura restritiva da Constituição, o primeiro-ministro teria que resignar", afirmou José Ramos- Horta à Lusa no final do seu último comício de campanha.
"Eu resignando, o Governo cai e o novo Presidente da República tem que formar um governo de gestão", explicou o primeiro-ministro, que suspendeu o mandato para concorrer às eleições presidenciais.
"Provavelmente, será a melhor alternativa", acrescentou José Ramos-Horta.
Não é a única, porém, como o próprio José Ramos- Horta frisou ao recordar à Lusa no dia das eleições, em Baucau, que tem dois vice-primeiro-ministros: Estanislau da Silva, ministro da Agricultura, e Rui Araújo.
Ainda antes da segunda volta das eleições presidenciais, José Ramos-Horta teve vários encontros com líderes da Fretilin, o partido com maioria no Parlamento, e titulares do actual Executivo, como Ana Pessoa, ministra da Administração Estatal, e Rui Araújo, ministro da Saúde, adiantou na altura o candidato independente.
O tema foi também abordado hoje na reunião do Conselho de Estado, que se realizou à hora a que a Comissão Nacional de Eleições divulgava uma actualização de contagem que consolida a vitória, ainda não oficial, de José Ramos-Horta.
O sucessor de Xanana Gusmão no Palácio das Cinzas toma posse a 20 de Maio, o que, como lembrava José Ramos- Horta no comício de dia 06 de Maio, deixa apenas uma semana para o vencedor das presidenciais se preparar para ocupar o cargo.
Ainda antes do anúncio do resultado final validado das presidenciais está em andamento o calendário para as legislativas de 30 de Junho.
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) repetiu hoje o apelo aos partidos políticos para que apresentem as candidaturas às eleições legislativas.
"Uma vez mais, a CNE está preocupada com a situação, porque faltam apenas dois dias para o final do prazo de apresentação pelos partidos de coligações às legislativas", afirmou a porta-voz Maria Angelina Sarmento.
"A CNE tem apenas dez dias para verificar todas as listas de candidatos", recordou a comissária.
Até 31 de Maio, o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral determina "o número e o local de funcionamento dos centros de votação e estações de voto e promove a divulgação", segundo o calendário de operações das legislativas.
A campanha eleitoral é de 30 dias. Tem início a 29 de Maio e termina a 27 de Junho, dois antes do dia da eleição.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 10.05.2007