O governo moçambicano fixou terça-feira em 46,8 euros o salário mínimo para a indústria, comércio e serviços, incluindo o aparelho do Estado, e em 32 euros na agricultura, um aumento de 14 por cento para ambos os sectores.
As organizações sindicais do país defendiam uma subida de salário de 17 por cento, enquanto o sector privado queria um aumento de 11 por cento.
"Houve que fazer uma concertação entre as partes, do que resultou o estabelecimento de um percentagem intermédia, resultante de uma média aritmética das propostas de cada parte. A decisão do governo foi tomada em função destes números", justificou o vice-ministro da Planificação e Desenvolvimento, Victor Bernardo, para o facto de o executivo não ter acolhido nenhuma das propostas dos dois parceiros da questão laboral.
Antes mesmo de ser decretado o salário mínimo, as organizações sindicais já tinham denunciado que o novo ordenado não teria efeito no poder de compra dos trabalhadores, devido a aumentos nos últimos dias dos preços de produtos alimentares, incluindo o pão, um dos produtos básicos em Moçambique.
A partir do próximo ano, cada sector de actividade terá o seu próprio salário mínimo, deixando de vigorar a fórmula de um ordenado geral para todos os ramos económicos, adiantou Bernardo.
O dirigente indicou que uma comissão técnica formada pelos sindicatos, sector privado e membros do governo está a trabalhar para estabelecer critérios e novos termos de referência da futura metodologia de determinação do ordenado mínimo.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 29.05.2007