Editorial
A tal governação aberta:
“O país é de facto da marrabenta”, como dizem uns músicos aí. Armando Guebuza está no poder como presidente da República, mas abriu já uma nova “linha editorial”, a tal governação aberta aos distritos. Ninguém contesta que este governo vá a base e faça a sua triagem, bem como definiram o distrito como o pólo de desenvolvimento.
Há poucos dias, Guebuza preferiu andar este país todo, durante sessenta dias. Muita mola em jogo. Helicópteros sul-Africanos alugados para sobrevoar esta pátria amada, aliás até com os próprios pilotos vieram da terra de Nbequi.
Agora lhe faltam apenas duas províncias, Inhabane e Gaza, mas vai fazer, está programado.
Na Zambézia, o nosso governador Carvalho Muária, não fugiu a regra. Depois de ter sido criticado por alguns aspectos, cujo mais gritante foi o das Obras Públicas e Habitação, também entrou na senda. Quinze dias de governação aberta aos distritos. Começou já desde que veio a Vietname. Mobilizou viaturas, combustíveis, ajudas de custos enfim muita coisa, incluindo até os directores provinciais.
Foi ao distrito de Gurué e Ilé, mas teve que interromper e voltar a casa, porque tinha que participar nas cerimónias de graduação da Universidade Pedagógica. Depois daí, rumou de novo para Namarrói, Lugela, Mocuba e segundo soubemos o périplo far-lhe chegar a Gilé, Morrumbala em compahia.
Ora bem. Estas visitas de Carvalho Muária, não sãs as primeiras, já as fez por diversas vezes a estes distritos e os problemas que encontrou da vez passada são os mesmos. O que está a acontecer mesmo? Será que não vê que depois de visitar ninguém faz a monitoria das recomendações deixadas? Se é que deixa.
Alguns directores são de sectores vitais, mas andam na cena do “boss”. Só viajam, esquecem o que tem que fazer.
Que tempo têm de dar vazão dos papeis que tem nos gabinetes? Por outro lado, não se percebe o porque destas visitas de quinze ou mais dias, porque meia volta, os casos continuam como estavam. O mandato está terminar, porque não falta muito para 2009. Que ganhos terá este povo? No final deste jogo teremos que fazer as contas. Quantas viagens feitas, multiplicamos pelo número de dias pagos e aí teremos a soma do valor gasto durante o ano. Muita mola em jogo.
Nós o DZ estamos de olho e ajudaremos a qualquer cidadão que quiser fazer estas matemáticas. Acreditamos que não será desta que a miséria será combatida no seio do povo. Agora combatem os “boss” e no próximo quinquénio, talvez combate o povo moçambicano. Assim já não!.
[email protected]. - DIÁRIO DA ZAMBÉZIA - 28.05.2007