A polícia zimbabweana, fortemente armada, desmantelou de forma violenta na terça-feira, junto ao Tribunal Supremo, uma manifestação de advogados trajando a indumentária legal, disseram testemunhas e fontes ligada à Justiça local.
Nas escaramuças, os agentes das forças de segurança levaram consigo alguns dos manifestantes e bateram violentamente noutros.
Segundo a procuradora Beatrice Mtetwa, parte dos manifestantes foi empilhada num camião e levada a um espaço aberto num subúrbio da capital, onde todos foram deitados de barriga e chamboqueados.
Segundo a fonte, alguns dos manifestantes foram depois examinados numa clínica privada, arredores na capital, para verificar a gravidade dos ferimentos contraídos.
Durante as manifestações que ocorreram ao meio-dia na zona baixa da capital, os advogados ficaram surpreendidos com as ordens de dispersão e os cassetetes da Polícia na altura em que simplesmente reivindicavam os seus direitos.
Os manifestantes protestavam contra a detenção e prisão, na sexta-feira, de dois colegas seus e a obstrução do curso da Justiça em sua defesa e dos activistas da oposição.
Um funcionário sénior da Polícia, usando um megafone, alertou ao grupo de 30 advogados contra a ilegalidade da manifestação ao abrigo da proibição vigente na capital.
As forças de intervenção rápida, cujos membros estavam munidos de armas automáticas e pistolas, empurraram e violentaram os manifestantes.
Não há informação clara quanto ao número de manifestantes que teriam sido presos na contínua campanha de desmantelamento dos que se opõem ao governo.
Os causídicos prometeram juntar-se e marchar pacificamente até ao Parlamento, mas unidades da Polícia foram ordenadas a dispersar o grupo.
Em Abril, o Presidente Robert Mugabe disse repetidas vezes aos seus apoiantes que manifestações não seriam toleradas e a Polícia tem o direito de esmagar os dissidentes e `punir´ os protagonistas da insurreição.
Dois procuradores, especializados em assuntos de direitos humanos e que defendiam os activistas da oposição acusados de deflagrar bombas de petróleo, foram libertados segunda-feira após três dias de detenção.
Entretanto, as autoridades zimbabweanas vão cortar o fornecimento de energia eléctrica a algumas áreas residenciais até um máximo de dez horas por dia durante os próximos meses.
Esta medida visa suprir a demanda dos produtores de trigo e impulsionar a sua economia, anunciou quarta-feira, o director executivo da ZESA Holdings, Ben Rafemoyo.
NOTÍCIAS - 11.05.2007