As autoridades moçambicanas estão a recensear todos os estrangeiros, com domicílio temporário ou permanente no país, num processo que dura até 13 de Julho, e que inclui informações detalhadas como cor dos olhos e do cabelo.
Num aviso da Direcção Nacional de Migração, publicado esta semana nos principais jornais do país, estabelece-se como objectivo "a actualização dos processos individuais dos Estrangeiros Residentes e Não Residentes" que se encontrem no país "há mais de 90 dias".
Aos estrangeiros residentes no país é pedido que apresentem o Documento de Identificação de Residência para Estrangeiros (DIRE), os "documentos que fundamentam a atribuição de residência", o passaporte e um formulário preenchido onde são pedidas informações como a filiação, profissão, estado civil e "sinais particulares", como a cor dos olhos e do cabelo.
Fonte conhecedora do processo ouvida pela Agência Lusa admite que a iniciativa possa estar relacionada com a detecção de falsos documentos de residência para estrangeiros "a correrem na praça".
Em Moçambique não têm sido frequentes os recenseamentos de estrangeiros residentes e não residentes no país, mas sabe-se que, desde 2005, cerca de cinco mil estrangeiros pedem anualmente emprego no país, segundo dados do Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional (INEFP).
Além dos estrangeiros que entram legalmente nas fronteiras nacionais, Moçambique tem sido muito procurado por milhares de emigrantes ilegais, abraigando ainda refugiados de guerra, principalmente da região dos Grandes Lagos.
O governo marcou o mês de Agosto para a realização do Terceiro Censo Geral da População, actualmente estimada em 20,3 milhões de pessoas, de acordo com projecções feitas no II Censo Geral da População, realizada em 1997, e que fixou a população moçambicana em pouco mais de 16 milhões de pessoas.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 28.06.2007