Pelo menos cinco militares das Forças Armadas moçambicanas morreram no sábado vítimas da explosão de munições de artilharia, parte dos projécteis que resistiram à explosão de um paiol militar em Maputo, a 22 de Março.
De acordo com o diário moçambicano «Notícias», a explosão, ocorrida no distrito de Moamba (província de Maputo) fez ainda 11 feridos, seis dos quais continuam internados no Hospital Central de Maputo.
Os projécteis não deflagrados após as explosões de há cerca de três meses no paiol militar de Malhanzine, avaliado em cerca de 400 toneladas de material de guerra obsoleto, têm sido recolhidos e transportados para a localidade de Moamba (oeste de Maputo) para destruição controlada, um processo que conta com a participação de peritos da Forças Armadas sul-africanas.
O Ministério da Defesa de Moçambique apontou a conclusão do processo para Julho deste ano.
De acordo com o último balanço oficial, as explosões registadas a 22 de Março no paiol militar de Malhazine, que levaram à explosão de munições de artilharia de vários calibres sobre os bairros situados num raio de vários quilómetros em redor da unidade militar, fizeram 104 mortos e 515 feridos, muitos dos quais sujeitos a amputações.
Pelo menos 80 crianças terão também ficado órfãs de pai e mãe, enquanto muitas outras perderam um dos progenitores.
As explosões, consideradas as piores no país, atingiram também 1 327 casas, 97 das quais ficaram totalmente destruídas, bem como 57 estabelecimentos comerciais, situados em 11 bairros das cidades de Maputo e da Matola, bem como do distrito de Marracuene.
Já em Junho, dois menores de 11 e 13 anos morreram na sequência da explosão de um obus enterrado no quintal de uma casa bairro de Matendene, arredores de Maputo, no momento em que tentavam acender uma lareira.
Nas buscas que se seguiram, os militares recolherem em duas semanas mais de 80 engenhos explosivos.
Construído pela então União Soviética em 1984, o paiol das Forças Armadas de Moçambique já sofreu explosões por três vezes: em 1985 e duas vezes em 2007 (Janeiro e Março).
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 25.04.2007
NOTA:
E o Ministro da (IN)Defesa ainda continua?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE